domingo, 21 de março de 2010

fogueira de sango

Culture, Nigéria







A CASA EM FESTA - OS SÚDITOS

O sol se põe, e começa a escurecer na casa de Obaladô. A casa de Xangô, especialmente iluminada neste dia, aguardava o início da festa. As árvores do terreiro foram plantadas por Obaladô a mais de 21 anos, quando recebera de Xangô , seu orixá, a ordem de abrir uma casa – de – santo.

Lenta e calmamente, interrompe suas divagações, dirigindo-se para frente da casa – de – Airá sentando-se em um pequeno banco. A poucos metros erguia-se majestosamente a fogueira, armada be cedo e já contendo os axés próprios do orixá do fogo.
A um aceno seu , uma filha de Oiá traz o seu Adjarim. Obaladô , com delicadeza, apanha a sineta que, ao ser vibrada, anuncia o início de uma reza.
As esteiras são estendidas e sobre elas os iniciados se ajoelham, busto curvado, pousando a cabeça no chão, em direção a Obaladô. Sua voz faz-se ouvir, então, salmodiando cada verso como um lamento, um canto em solo é ouvido e que se repetirá por três vezes. È um lento responsório, em que o oficiante canta primeiro, acompanhado em um segundo momento , pelos presentes.

Oba kawòó o Ó Rei, meus cumprimentos.
Oba kawòó o Ó Rei, meus cumprimentos.
O, o, Kabíyèsílè Sua majestade, o Rei mandou construir uma casa.
Oba ni kólé
Oba séré O Rei do xere, o Rei prometeu e traz boa sorte,
Oba njéje o dono do pilão.
Se´re aládó
Bongbose O ( wo ) bitiko Bamboxé abidikô, meus cumprimentos ( ao )
Osé Kawòó Oxé, sua majestade.
O, o, Kábíyèsilé Meus cumprimentos.

O som do Adjarim marca o início do paó, palmas compassadas que a anunciam uma nova reza para o orixá do fogo....... o cântico continua:

Ó níìka, ó Níìka Ele é cruel, ele é cruel(o trovão ).
Áwè jè atètú Eu jejuo para o punidor.
Badé, badé ìyá Tèmi Badé, badé, meu espírito sofre
Ó níìka, ó níìka árá ìn álàde o Ele é cruel, o trovão é cruel sim. O dono da coroa é cruel.
Ó níìka àwe jé atètu Ele é cruel, ele é cruel(o trovão )Eu jejuo para o punidor.
Aira ma sá re awo, ariwo, ale odó Airá(o trovão), verdadeiramente voa e cai ruidosamente.
Ma sè Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).
Aira ma sá re awo, ariwo, ale odó Airá(o trovão), verdadeiramente voa e cai ruidosamente.
Ma sè Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).
Yèyé, kèrè-kèrè lo ni joko ayagba O pássaro vagarosamente senta e chora para as grandes mães.
Ale odó ma sè Forte como um pilão, como um tambor ( barulho ).

A reza diz que o trovão é cruel, implorando a Badé... "ele é a voz estrepitosa e aterrorizante do Trovão, é a força que deflagra a carga irregular dos raios". Os nagôs dizem ser Badé é um vodum, isto é, de origem jêje, e que os jêjes do maranhão, dizem que é um orixá nagô e que, quando ele se apresenta na Casa –das –Minas, fala por sinais para não revelar os segredos dos nagôs.

Os pássaros lembram as feiticeiras que ameaçam os seres humanos, é necessário implorar as grandes mães senhora dos pássaros, para que não flagelem os homens.
Airá também é mencionado no texto sagrado, recolhido entre os que se originam do axé de IÁ Nasô. Este orixá ocupa um lugar especial nesta comunidade, estando ligado a primeira no nominação...Axé Airá Intilé.

Novamente o Adjarim anuncia que o Rei Xangô continuará sendo louvado, e uma nova reza começa:

Oba ìrú l´òkò O Rei lançou uma pedra.
Oba ìrú l´òkò O Rei lançou uma pedra.
Ìyámasse kò wà Iyámasse cavou ao pé de uma grande
Ìrà oje árvore e encontrou.
Aganju ko má nje lekan Aganju vai brilhar, então , mais uma vez como trovão.
Árá l´okò láàyá Lançou uma pedra com força (coragem)
Tóbi òrìsà, O Grande Orixá do orum (terra dos ancestrais) vigia.
Oba só òrun O Rei dos trovões, está no pé
Árá oba oje de uma grande árvore ( pedra de raio )

A oração saúda o Rei dos trovões, como sendo Aganju, o Alafin de Oió, filho de Ajaká e sobrinho de Xangô. Iamassê considerada sua mãe é quem revela aos mortais, que a pedra de raio, símbolo do seu poder, é encontrada ao pé de uma grande árvore. O brilho dos raios e o barulho dos trovões lembram que Aganju vigia do orum , terra dos ancestrais, seus súditos fiéis.

O Adjarim marca um novo momento, Obaladô levanta-se e se dirige a casa de Xangô pousando no chão da mesma uma gamela cheia de Amalá , a comida predileta deste orixá.

Béè ni je a! pá bo Sim, comer(amalá)dentro(de uma gamela) com satisfação, de uma só vez, adorando.
Je bí o o ni a! pá bo Comer, nascer dele, dentro(de uma gamela)com satisfação, de uma só vez, adorando.

E ni pá léèrín àdá bá lài Cortado muitas vezes(o quiabo),sempre com cutelo, dentro da gamela

Ìmó wá mònà mòwé Procurar conhecimento,
Kó je nà mímò àsé certamente torna inteligente.
Kó je nà mímò àsé A comida (amalá) faz adquirir
Kó je nà mímò àsé e aumenta o conhecimento do Axé.

A reza indica que, ao se desfrutar da comida sagrada, descobre-se o axé, isto é, a força, que dá conhecimento e sabedoria aos que delas usufruem.
Nos últimos acordes da reza, os ogans de Xangô pousam os xeres e acendem a fogueira. Varias vozes gritam..

Kawòó Kàbíyèsilè !!! Kawòó Kàbíyèsilè !!! = Meus cumprimentos à sua majestade !!!

A RODA DE XANGÔ.....
Alguns minutos decorrem entre as imagens fortes do fogo e o início do xiré do Rei de Oió, no barracão. O ritmo da Hamunha convida a todos, os da casa e os convidados a iniciarem a roda de Xangô.
Começa o xirê, louvando Ogum, em seguida, Oxossi, Obaluaiê, Ossaim, até que, repentinamente, ouve-se o som do batá , ritmo próprio de Xangô.

A roda – de – Xangô ou batá-de-Xangô começa a ser executada:

Àwa dúpé ó oba dodé Nós agradecemos a presença do Rei que chegou.
A dúpé ó oba dodé Nós agradecemos a presença do Rei que chegou.

A dupé ni mòn oba e kú alé
A dupé ni mòn oba e kú alé Nós agradecemos por conhecer o Rei, boa noite a vossa majestade.
Ó wá , wá nilè Ele veio, está na terra.
A dupé ni mòn oba e kú alé

Os primeiros cânticos dirigem-se ao Rei, a Xangô. Sua presença é louvada e a sua saga mítica será contava através do canto e da dança. Não será somente o seu aspecto guerreiro que será homenageado, outros serão lembrados.... O Xangô justiceiro será um deles.

Fé lè fé lè Ele quer poder...ele quer poder ( vir )
Yemonja wé okun Iemanjá banha (lava) com água do mar
Yemonja wé okun Dê-nos licença para vermos através dos
Àgó firè mòn seus olhos e conhecer-mos...
Àgó firè mòn Dê-nos licença...
Ajaká igba ru , igba ru Ajaká traz na cabeça, traz na cabeça ( água do mar )
Ó wá e Então estas de volta.

O canto dedicado à Ajaká fala da água do mar, como também de ver através dos olhos. Ajaká é cultuado durante as festas de Xangô junto com sua mãe, Iamassê, considerada como uma Iemanjá.

Sàngbá sàngbá Ele executou feitos maravilhosos, feitos maravilhosos.
Didè ó ní Ígbòdo Pairou sobre Igbodo,
Ode ni mó os caçadores
Syìí ní, òní ó sabem disto.

O cântico fala de Ajaká, destronado por seu irmão Xangô, refugiando-se em Igbodo. Ficou nesta cidade por sete anos, período em que reinou sobre Oió seu irmão Xangô.

Òní Dàda , àgò lá rí Senhor Dadá, permita-nos vê-lo !!
Òní Dàda , àgò lá rí Senhor Dadá, permita-nos vê-lo !!

Dàda má sokun mò
Dàda má sokun mò Dadá não chore mais.
Ò feere ó ní feere É franco tolerante,
Ó bgé l´orun ele vive no orun,
Bàbá kíní l´onòn da rí é o pai que olha por nós nos caminhos.

Ajaká além deste nome , também era conhecido como Baaiyani e também como Dadá, em razão de seus cabelos anelados. O Ritmo forte e cadenciado do batá louva Dadá ou Ajaká.

Báyànni gìdigìdi , Báyànni olà
Báyànni gidigidi , Báyànni olà Baiani ( Ajaká ) é forte como um animal e muito , muito rico.
Báyànni adé , Báyànni òwò A coroa de Baiani é honrosa e muito rica.
Báyànni adé , Báyànni òwò

A coroa de Baiani, descrita no cântico, da qual é dita ser honrosa e pertencer a um Obá, refere-se a Ajaká, terceiro Rei de Oió. A palavra owó, significa , dinheiro, riqueza, e está relacionada a uma grande quantidade de búzios que ornam esta coroa e que antigamente serviam como moeda. Referente ao termo: gidigidi, que é um superlativo, isto é, muito; e gìdigìdi, animal grande e forte. Trata-se de um trocadilho comum no iorubá. Os cânticos continuam sucedendo-se. Discutem normas morais, e também falam de particularidades referentes ao culto dedicado ao Deus do fogo.

Fura ti ´ná, Fura ti ´ná e , Fura ti ´ná, Desconfie do fogo, desconfie do fogo.
Àrá lò si sá jó O raio é a certeza de que ele queimará.
Fura ti ´ná, Fura ti ´ná e , Fura ti ´ná, Desconfie do fogo, desconfie do fogo.
Àrá lò si sá jó O raio é a certeza de que ele queimará.

O cântico chama a atenção para que os descuidados, não tenham a devida cautela e respeito com o fogo.
Este elemento, fundamental na vida do homem, pode lhe proporcionar conforto, mas quando sem controle, pode significar a morte. O raio é a certeza de que ele queimará, pois seu direcionamento é incerto.

Ìbà òrìsà
Ìbà Onílè Abenção dos orixás,
Onílè mo júbà o Abenção do Senhor da terra,
Ìbà òrìsà , Ìbà Onílè Ao Senhor da terra (Onilê)
Onílè mo júbà o minhas saudações.

O cântico saúda Onilê o "Senhor da terra", nas cerimônias dedicadas a Xangô, oferendas são destinadas á terra, para que este orixá permita sobre seu templo, "A Terra" ser acesa a fogueira de Xangô.

O canto a seguir fala que o "rei não se enforcou" , por tanto não morreu, sumiu chão adentro como convém a um orixá.

Òràn in a lóòde o Sim, a circunstância o colocou de fora.
Bara enì já, ènia rò ko O mausoléu real quebrou ( não foi usado )
Oba nù Ko´so nù rè lé o O homem não se pendurou.
Bara enì já, ènia rò ko O rei sumiu, não se enforcou, sumiu no chão e reapareceu.
Ó níìka wòn bò lórun kéréjé O mausoléu real quebrou ( não foi usado )
Ó níìka wòn bò lórun O homem não se pendurou.
Kéréjé àgùtòn Ele é cruel, olhou, retornou para o rum,
Ìtenú pàdé wá lóna deu um grito enganando ( seus inimigos ).
Í níìka si relé O carneiro mansamente procura e encontra o caminho
Ibo si òràn in a lóòde o Ele é cruel contra os que humilham.
Bara enì já, ènia rò ko A consulta ao oráculo foi negativa.
Oní máa, ni wó èjé O verdadeiro senhor é contra juras ( falsas ) .
Bara enì já, ènia rò ko Sim, a circunstância o colocou de fora. O homem não se pendurou.

Oba sérée la fèhinti Incline-se o rei do xere salvou-se
Oba sérée la fèhinti Incline-se o rei do xere salvou-se
Oba ni wá ìyé bè l´órun Suplique ao rei que existe e vive no orum.
Oba sérée la fèhinti Incline-se o rei do xere salvou-se

Dizem que o rei recebeu um cesto contendo ovos de papagaio. Era o sinal determinado pela tradição de que deveria renunciar á coroa e talvez á vida. Xangô retira-se para o interior seguido de alguns amigos e de sua esposa Oiá, que volta para sua cidade de origem, Irá. O mito diz que entristecido o Rei enforca-se em um pé de Arabá. Seus companheiros vão a Oió e relatam o fato, quando retornam ao local, encontram um buraco vazio, por onde ele teria entrado, após uma crise de fúria, tornando-se assim um Orixá. Em Oió os que admitiam a sua morte ( inimigos ) falavam "Obá so" que significa "o rei enforcou-se"
Os seus partidários falam ”Obá ko so" o que significa "o rei não se enforcou" afirmando o Rei virou Orixá.
Xangô não morreu, ele existe e vive no Orum, esta é a crença dos seus fiéis súditos.

Um breve cântico, saúda a mãe deste poderoso orixá:

Eye kékéré O pequeno pássaro na cabeça, é da esquerda,
Adó Òsi arálé é parente da mãe do rio , mase.
Ìyá l´odó mase
Eye ko kéré lánú Apanhou com gentileza, o pequeno e sofrido pássaro
Soko ìyágba l´odò mase a grande mãe do rio , mase.

Os pássaros são um dos símbolos mais conhecidos das Iagbás, além de serem sua representação, são por elas cultuados e protegidos. São criaturas das grandes mães, consideradas como seus filhos.
O orixá do fogo é múltiplo, reconhecem seus fiéis, e nesta acepção seus súditos imploram a Xangô Airá,
para que as chuvas não sejam destruidoras, que elas apenas limpem e fecundem a terra.

Aira òjo A chuva de Airá,
Mó péré sè apenas limpa e faz barulho como um tambor.
A mó péré sè Ele apenas limpa e faz barulho como um tambor.

A Roda-de-Xangô atinge o seu clímax com este canto, mais rápido e vibrante.
Começam a surgir os primeiros sinais da presença dos Orixás. O primeiro a chegar foi Ogum, logo acolhido pelas Ekedis. Em seguida quase que no mesmo momento, apresentou-se Oxum, Iemanjá, Oiá e Obá.
Finalmente é a vez de Oxaguiã, o deus funfun ( do branco ) da criação e também guerreiro.

A casa de Xangô, esta em festa, Obaladô está feliz.. os cânticos continuam...

A níwà wúre Nós temos a existência e a boa sorte.
A wúre níwà Nós temos a boa sorte e a existência
A níwà wúre Nós temos a existência e a boa sorte.
A wúre níwà Nós temos a boa sorte e a existência
Oba lùgbé obaladó O rei afugentou ( os maus feitores ) o rei do pilão.
Obaladó rí sò O rei do pilão olha e arremessa ( os raios )
Obaladó O rei do pilão.

O rei sempre protege seus adeptos, dando-lhes boa sorte. O Obá também faz justiça e persegue os ladrões, mentirosos, perjuros e jamais esquece os que contra ele blasfemam.

Olówó Abastado Senhor, aquele que definitivamente
Kó mà bò , mà bò dá proteção, dá proteção.
Kó mà bò Aquele que definitivamente dá proteção.
Olówó Abastado Senhor, aquele que definitivamente
Kó mà bò , mà bò dá proteção, dá proteção.
Aláààfín òrìsà Senhor do palácio e orixá.

Xangô é considerado muito rico, grande proprietário das riquezas da terra, possuidor de tesouros e cidades , palácios, filhos e mulheres.

Omo àsìkó Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón, Èkó inón fogo de Ékó ( lagos ), o culto do fogo de Ékó.
Omo àsìkó Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón, Lóòde roko fogo de Ékó, ao redor das plantações.
Omo àsìkó Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón, Èkó inón fogo de Ékó ( lagos ), o culto do fogo de Ékó.
Omo àsìkó Bèrè Os filhos , com o tempo, iniciaram o ( culto do )
Èkó inón, fogo de Ékó,
Èrù njéjé com medo extremo.

O canto talvez relembre o início da imigração Yorubá, em direção ao mar, ligados aos mitos de origem da cidade de Lagos e a divisão das terras entre filhos do conquistador, que implantaram na região sua cultura e seus deuses, provavelmente o culto a Xangô ou Jakutá.

....O CANTO E A DANÇA DO REI...

Mal termina o Alujá, um novo surge. Ele pede licença para percorrer os caminhos e determina que os orixás
estão chegando. Todos em gala, portando em suas mãos as insígnias que identificam sua procedência.

Àgó l´óna e Licença no caminho.
Dìde máa dáago Levantem-se, eles estão chegando na hora
Àgo àgo l´óna prevista ( de costume )
E dìde máa yo Levantem-se com alegria habitual
Kórò wà nise o Que o ritual teve trabalho.


À frente do cortejo estava Ogum, a quem cabe a primazia, logo após Exú, de ser o primeiro louvado. Logo após. Xangô – Airá, todo de branco, exibia dois oxés prateados e uma coroa também de prata que reluzia, dando majestade ao patrono da casa. Logo a seguir deste mais três Xangôs, todos portando seus oxés porém desta vez de cobre, seguidos de Oyá , Oxum, Obá e fechando o cortejo Oxaguiã.
Começa, então os louvores ao orixá do fogo....ao ouvirem os atabaques, os quatro Xangôs levantam-se precedidos pelo mais velho, ou seja, Xangô Airá.

Oba ní sà rè lóòkè odó Ele é o rei que pode despedaçá-lo sobre o pilão;
Ó bé rí omon Aquele que cumprimenta como um guerreiro os filhos,
Oba ní sà rè lóòkè odó Ele é o Rei que pode despedaçá-lo sobre o pilão.
Oba kòso ayò O Rei de kosó com alegria.

Neste cântico Xangô é chamado de rei de Kosó, cidade próxima de Oyó e que teria sido sua primeira investida em sua trajetória guerreira e política daqueles tempos. Uma a uma vão sendo "contadas as histórias" de Xangô, Elas falam dos lugares sagrados percorridos, de suas esposas, seus filhos, seus feitos e poderes.

Máà inón inón
Máà inón wa inón inón Não mande fogo, não mande fogo sobre nós,
Oba Kòso vos pedimos em vosso templo, não mande fogo;
Olóko so aráaye o lavrador pede pela humanidade,
Máà inón inón não mande fogo,
Oba Kòso aráaye rei de Kosó que governa a humanidade
Máà inón inón não mande fogo,
Oba Kòso aráaye rei de Kosó que governa a humanidade

A relação de Xangô com o fogo, domínio este conseguido através das forças mágicas, é definitivo em termos de conquistas por ele empreendidas.

Aláàkòso e mo júbà O Senhor de Kosó, a vós meus respeitos,
Á ló si oba ènyin nós iremos a vós,
Oba tan jé ló síbè rei a quem iremos
Ló si oba ènyin contar tudo.

A sìn e doba àra Nós vos cultuamos, rei dos raios, que
Àra yìí ló síbè ènyin estes raios vão para (lá)longe de nós.
A sìn e doba àra Nós vos cultuamos, rei dos raios, que
Àra yìí ló síbè ènyin estes raios vão para (lá)longe de nós.

Neste momento, ao ouvir o cântico, o Xangô de branco, o dono da festa, dirige-se até a frente da orquestra ritual e, curva-se frente aos tambores e seus ogãs e emite seu brado em sinal de aceitação á cantiga em que esta contida a sua louvação.

Aira ó lê lê, a ire ó lê lê Airá está feliz, ele está sobre a casa.
A ire ó lê lê, a ire ó lê lê Estamos felizes, ele está sobre a casa.

Aira ó, ore gédé pa, Airá nos presenteie afastando os que podem nos matar
Ore gédé (àwa) nos presenteie afastando os que podem nos matar
Aira ó, ore gédé pa, Airá nos presenteie afastando os que podem nos matar
Ore gédé nos presenteie afastando os que podem nos matar
Aira ó, Adjaosi pa... Adjaosi Airá Adjaosi (tipo de Airá) pode matar, (nos presenteie)
Aira ó, ebora pa... Ebora Airá, Ebora pode matar, (nos presenteie )

O primeiro cântico faz referencia a Airá muito velho e seu enredo com Oxalufã, relação esta ligada ao mito e cerimonial denominado “ Águas de Oxalá” em que se comemora a criação do mundo e colheita dos inhames. A seguir o cântico fala de Airá Adjaosi como ebora parte integrante dos Doze Xangôs cultuados na Bahia, juntamente com Airá Intile e Airá Igbonan. A partir deste canto, começa a se instaurar o domínio do Alujá. Os orixás dançam com gestos mais largos e vigorosos. O canto enumera as incursões guerreiras dos diferentes Alafins de Oió aumentando seu poder através das guerras. Baiani (Baàyònní) um dos títulos de Ajaká junto com Iamassê, são cultuados na festa.

Gbáà yìí l’àse onílá lòkè, baàyònnì Ele possui um axé enorme
Gbáà yìí l’àse senhor da riqueza.
Gbáà yìí l’àse onílá lòkè, baàyònnì Que governa acima das coroas.
Gbáà yìí l’àse

Sàngó e pa bi àrá aáyé aáyé Xangô mata com o raio sobre a terra.
Sàngó e pa bi àrá aáyé aáyé Xangô mata arremessando raios sobre a terra.

Fírí ínón fírí ínón Ele lança rapidamente o fogo, lança rapidamente o fogo
Fírí ínón bàiyìnjó rapidamente o fogo o fogo às vezes fraco(poucas luz)
Máà ínón, máà ínón Não nos mande fogo, não nos mande fogo
Fírí ínón bàiyìnjó Ele lança o fogo às vezes fraco.

Quando um raio atingia alguma casa, podia ser um sinal de que a justiça de Xangô estava sendo aplicada cabia ao dono da casa provar sua inocência. O fogo sempre presente nos mitos adquire significado especial quando relacionado a Xangô, o fogo originado dos fenômenos naturais, como raios, meteoritos e vulcões.

Barú de sobo ada Barú faz emboscada em Sobô de facão.
se ké èré, se ké èré Faz gritar e é vitorioso.
de sobo ada

Xangô Barú era muito destemido, o cântico alude às guerras empreendidas ás diferentes cidades-estado e esta refere-se a Sobo uma cidade localizada no reino do Benin.

Os mitos apontam Ajaká como terceiro rei ou oba da cidade de Oió. Foi destronado por Xangô, seu meio irmão, por parte de pai, Oranian. Ajaká é também conhecido como Baayani ou Dadá, segundo P.Verger.

Àjàká máa bè ká wòóo Ajaká não implora nem mesmo ao poderoso Xangô.
Àjàká máa bè ká wòóo Ajaká não implora nem mesmo ao poderoso Xangô.
A e bàbá àjàká máa bè ká wòóo Nosso pai Ajaká
Àjàká máa bè ká wòóo não implora nem mesmo ao poderoso Xangô.
Àjàká máa bè ká wòóo

Àjàká òké Òrìsá O orixá do monte Ájàká.
Àjàká òké Òrìsá O orixá do monte Ájàká.

Ò be ri ó, ní Dàda sókun, Ele existe, eu vi, e é Dada quem chora
Àwa ri ó ó ní Dada sókun. Ele existe, eu vi, e é Dada quem chora

Ajaká mesmo destronado não implora clemência, mas após 7 anos ele retorna a ser o Oba da cidade de Oió em virtude de Xangô ter sido forçado à abdicar. O Canto a seguir faz referencia a fundação da cidade de Oió por Oranian no topo de um monte chamado Àjàká e assim o meio irmão de Xangô tomou este nome para si. Àjàká também conhecido por Dadá, durante seu primeiro reinado impunha pesados impostos a seus súditos a fim de financiar as guerras empreendidas, e quando os recursos demoravam a chegar punha-se a chorar, e dançava alegre quando estes chegavam em boa hora.

Aé aé ó gbè lê mònsó ojú omon Aê aê ele reconhece pelo olhar seus filhos.
Aé aé ó gbè lê mònsó ojú omon Aê aê ele reconhece pelo olhar seus filhos.
Oba olórí légé ó ni yé oba olórí Chefe dos Reis, fino e agradável
Ilú Àfonjá dé ó, aé aé bé, ri ó Chefe da terra, ele é Àfonjá que chega aê aê
aé aé bé, ri ó aé aé bé, ri ó Ele existe, eu o vi, aê aê ele existe, eu o vi,
Ò bé, ri ó ( ikú kójáàdé-ó kótà èrú) eu o vi, (ele levou a morte para fora - ele vende os medrosos)

Áfonjá foi um general, isto é, Kakanfô, do Alafin Aolé. Empreendeu inúmeras batalhas, sendo considerado um grande comandante militar. O cântico fala do “chefe da terra”, comandante que reconhece os seus pelo olhar.
Agonjú Órìsá awo Ògbóni Aganjú orixá do culto Ògbóni
Agonjú Órìsá awo Ògbóni Aganjú orixá do culto Ògbóni
Àwúre, Sàngò àwúre Nos dê boa sorte, Xangô, nos dê Boa sorte.
Ògbóni, Ògbóni, Ògbóni Ògbóni, Ògbóni, Ògbóni
Àwúre, Sàngò àwúre Nos dê boa sorte, Xangô, nos dê Boa sorte.

Aganjú um dos Alafin Oió, filho de Ajaká, e seu nome consta das genealogias levantadas pelo Instituto Francês da África Negra e por diversos historiadores dedicados à historia Yorubá. Ògbóni é um das sociedades secretas extremamente poderosa em território Yorubá, e uma das mais antiga. É uma sociedade que presta homenagens a “ONILÉ”, o "dono da terra” e zela pela ordem dos velhos costumes.

...E A FESTA CONTINUA NO ILÉ DE OBALADÔ

Káwòóo, Káwòóo Sàngò Dàhòmì Vossa Alteza Real,
Káwòóo Ka biyè si e Sua Real Majestade !!
Sàngò Dàhòmì Poderoso Xangô! Proteja-nos das guerras do Dàhòmi.

As guerras pontuaram a trajetória de Xangô o canto refere-se às disputas travadas entre os de Oió e os Dahomeanos, na disputa pelo imenso território pertencente ao reino de Oió.

Oba sérée òwa fé yìí sìn É para o rei que tocamos o xere, e é a este rei que queremos cultuar
Oba sérée òwa fé yìí sìn É para o rei que tocamos o xere, e é a este rei que queremos cultuar
Oba àwa òjòó oro ní oba Nosso rei da tempestade, ele é o rei
Oba sérée oba fé yìí sìn É para o rei que tocamos o xere, e é a este rei que queremos cultuar

Os Xeres, instrumentos musicais que, segundo as comunidades-terreiros e alguns autores reproduzem o barulho das chuvas quando tocados juntos, soariam como o das tempestades. Instrumento sagrado utilizado para invocar Xangô o senhor dos trovões e das tempestades.

Kíní ba, kíní ba, àrá won pè Poderoso Senhor que racha o pilão e oculta-se
Kíní ba, o sérée alado àwúre. Que impõe os raios e os chama de volta, abençoe-nos.

Obaladô é um dos títulos de Xangô significando “o rei que racha o pilão”

Àwúre lê, Àwúre lé kólé Abençoe-nos e traga boa sorte à nossa casa, que ela não seja roubada.
Àwúre lê, Àwúre lé kólé Abençoe-nos e traga boa sorte à nossa casa, que ela não seja roubada.
Àwa bo nyin maá ri àwa jalè Nós que o cultuamos, jamais veremos nossa casa roubada.
Àwúre lê, Àwúre lé kólé Abençoe-nos e traga boa sorte à nossa casa, e que não venham ladrões.

Trata-se de uma louvação ao orixá justiceiro que protege a comunidade contra os mal feitores. Verger(1999), ao descrever os rituais na África, destaca as bolsas de couro que adornam os eleguns de Xangô. Delas é dito que contêm as edun ara, as pedras de raio, símbolo deste orixá. Verger(1999:307) fala de inúmeros templos dedicados a Xangô distribuídos entre as diversas cidades iorubas
edificados em sua homenagem. É disto que fala os próximos dois cânticos.

Ó fì làbà, làbà.... Ò fì làbà Ele usa bolsa de couro...
Ó fì làbà, làbà.... Ò fì làbà Ele usa bolsa de couro.

Ó jìgòn àwa lé npé ó jìgòn nlá Ele é imenso, o maior de nossa casa, ele é gigantesco
Jìgòn àwa lé npé ó jìgòn nlá Em nossa casa o chamamos de o maior entre os gigantes.

O cântico que se segue faz alusão a Tapa, território dos Nupes, situado a noroeste da cidades de Oió.

E kí Yemonjá ago, Tapa Tapa Cumprimentemos Iemanjá pedindo licença a nação Tapa.
E kí Yemonjá ago, Tapa Tapa Cumprimentemos Iemanjá pedindo licença a nação Tapa.

Xangô é considerado sempre como muito rico e poderoso, sendo destacado em seus mitos a vaidade como um dos elementos que compõe a sua principal característica. A tradição oral dos terreiros sempre destaca a riqueza do Obá e os tesouros por ele acumulados.
E assim falam as próximas cantigas.

Oba sà rewà ele mi jéé jéé Rei que ama o belo, senhor que me conduz serenamente
Kù tù kù tù awo dé rè sé antes do culto chega com o seu oxê
Oba sà rewà O rei que ama o belo

Sòngó tó rí olá È imensa, é imensa a riqueza que eu vi
Tó e tó rí olá tó Xangô, é imensa a riqueza que eu vi
Sòngó tó rí olá
Tó e tó rí olá to

....A CORTE REAL CELEBRA

Os comentários sobre Xangô, suas roupas e danças cessam quando se ouvem os sons dos atabaques. O canto saúda Ogun, também ligado ao fogo. Da assistência eclodem saudações ao “Senhor dos caminhos” Ogun lê, é o momentos de louvar o grande ferreiro, aquele que produz as ferramentas dos orixás. Ogum de mãos ás costas, caminha para iniciar seu bailado rápido e guerreiro, exibindo sua espada, e vês por outra empreendendo uma luta contra inimigos invisíveis, porém conhecidos de todos.

Ké kìkì alákòró Grite somente alakorô
Ké kìkì alákòró O chefe dos mundo gosta de cumprimentar,
Olùàiyé ki fé Ògún senhor de Irê e do Akorô, chefe do mundo
Àkòró Oniré que acendeu a fogueira, chefe do mundo
Olùàiyé ìtònnón que acendeu a fogueira.

Ogum, senhor de Irê , cidade Nigeriana onde ele é cultuado, com o título de Onirê, o grande ferreiro.

Kàtà-Kàtà ó gbín méje Em distâncias iguais ele plantou 7 sementes.
Ó gbín méjé ònòn gbogbo Ele plantou 7 sementes em todos os caminhos.

A luta, as guerras são aspectos associados a Ogum, na África porém, além de guerreiro, ele é o grande protetor de todos aqueles que vivem da agricultura. No Brasil como no continente Africano ele é patrono de todos aqueles que trabalham com o ferro assim como na proteção dos Ilês é colocado nos portais o Mariô, folhas novas de palmeiras que são desfiadas para poder afastar os espíritos dos mortos e das influências negativas do mundo profano, e é disto que fala o cântico .

Ògún ni aláàgbède Ogum é o senhor da forja(ferreiro) e caçador
Mòrìwò ode que se veste de folhas novas de palmeiras.
Ode mòrìwò

Um novo canto saúda agora Iemanjá, e é Ogum, seu filho mítico que, dirigindo-se até o local onde sua mãe estava placidamente sentada, a saúda. Ele levanta-a com carinho e se despede de todos, retirando-se.

E kà máà ro ni ngbà ÒRÌSÁ rè Que nos jamais sejamos magoados por você Orixá do rio
Lodò e
E kà máà ro ni ru ngbà òrìsá rè que você carregue( a magoa ) em seu rio Orixá.
Lodò e

Na qualidade de progenitora dos seres humanos, possui o título de Iá Orí, isto é, “ mãe de todas as cabeças” e é, com este título, que é saudada nas principais cerimônias do Candomblé.

E ìyá kékeré a kí ri dò ó kí Mãezinha Senhora do rio (da existência) é a mãezinha
Olùwa odò , e ìyá kékeré aquela que é a senhora do rio.
Àwa je omon àwa je omon Nós somos seus filhos, ela é a mãezinha.

Yemonjá sàgbàwí, sàgbàwí rere
Yemonjá sàgbàwí, sàgbàwí rere Iemanjá intercedeu a nosso favor
Ò Sàgbàwí rere Yemonjá intercedeu para nosso bem Iemanjá
sàgbàwí rere intercedeu para nosso bem.

Os cânticos a Iemanjá ressaltam sempre a sua relação maternal, a imagem da grande mãe protetora é o que se no seu culto. Na África o local preferido para colocar suas oferendas é no rio Iemanjá. Sua louvação é sempre entoada com entusiasmo, Odô ia, além do seu lado maternal, também tem seu lado guerreiro, portando por vezes uma espada, para defender aqueles que necessitam de sua proteção. Terminado o bailado de Iemanjá, começa o ritmo forte, rápido e vibrante de Oiá/Iansã, a esposa guerreira de Xangô. Oyá a senhora dos raios, das tempestades, mãe de todos os ancestrais-egunguns. O frenesi toma conta do barracão ao ritmo rápido e alucinante dos atabaques. Deslumbrante ela chega, belamente vestida, na sua mão esquerda traz o erú-kerê ou eruexím feito de crina de cavalo, na mão direita uma pequena espada lembrando uma cimitarra.

Oyá kooro nilé ó geere-geere Oiá ressoou na casa incandescente e brilhante.
Oyá kooro nlá ó gè àrá gè àrá Oiá ressoou com grande barulho, ela corta com o raio.
Obìrim sapa kooro nílé geere-geere Ela corta com o raio, é divindade arrasadora que ressoou na casa.
Oyá Kíì mò rè ló Saudamos a Oiá para conhece-la melhor.

Odò hò yà-yà-yà Redemoinho dos rios.

Dá ni a padá lóodò Quem pode cessa-lo para podermos voltar pelo rio Oyá
Oyá ó odò hò yà-yà-yà O redemoinho do rio, quem pode cessar é Oiá.

No primeiro cântico nos mitos relativos ao fogo ela sempre está presente, ora como emissária e portadora deste poder, dividindo com seu real esposo Xangô, o medo e a admiração por ele infundido.
No próximo, Oiá está relacionada como as outras Iabás às águas. O rio Oiá, na Nigéria é a ela dedicado, suas águas turbulentas forma em alguns trechos redemoinhos. Aplacar a ira de Oiá é garantir uma boa travessia.
Após vários cânticos e danças cessam os atabaques, Oiá está dirigindo-se à orquestra ritual, abraça todos os músicos e se despede dos presentes.
Ecoa no barracão o ritmo forte e cadenciado do ijexa , se faz presente agora a, “senhora da beleza e das riquezas” Oxum. Todos se levantam para admirá-la, e , em passos miúdos e graciosos, começa a evoluir em uma dança que empolga a todos os presentes. Começa assim a evoluir uma dança graciosa ao som dos Ilús......

A ri ide gbé o !!! Aquela que consegue fazer soar as pulseiras como uma canção.
Omi ro a!! wàrá-wàrá omi ro Soam como o barulho das águas rápidas.
O fi’de se’mo l’Òyó Ela balança as pulseiras em Oyó.
Omi ro a!! wàrá-wàrá omi ro Soam como o barulho das águas rápidas.
O fi’de se’mo l’owo Ela balança as pulseiras com respeito.
Omi ro a!! wàrá-wàrá omi ro Soam como o barulho das águas rápidas.
O fi’de se’mo l’òrun Ela balança as pulseiras no Orun.

Oxum, orixá vaidosa e feminina, suas pulseiras lembram o murmúrio das águas dos rios, quando ela vai banhar-se faceira, exibindo sua riqueza e encanto. A palavra Wàrá-wàrá, além de significar rapidamente, tem o sentido de uma onomatopéia, que lembra o ruído das águas, como das pulseiras de Oxum no cântico.

Òsun e lóolá imolè lóomi Oxum, senhora que é tratada com todas as honras.
Òsun e lòolá Senhora dos espíritos das águas
Ayaba imolè lòomi Oxum, senhora que é tratada com todas as honras.

Yèyé yé olóomi ó, yèyé yé, Mãe compreensiva, dona das águas
Olóomi ó...

Ayaba balè Òsun A grande mãe Oxum toca (reverencia) o chão ( a terra ).
Ayaba balè Òsun

Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro A mãe do rio a quem cultuamos nos protegerá.
Ìyá dò sìn máa gbè ìyá wa oro Mãe que nos guiará nas tradições e costumes.

Os cânticos reverenciam a Senhora dos espíritos das águas e dos rios. Foi na beira de um riacho que o Rei Larô, o primeiro Ataojá, título dos Obás da região de Ijexá, na Nigéria, fez um pacto com este Orixá. Sob a forma de peixe, ela dirige-se ao rei, que faz construir, neste local mítico, o templo de Oxum, em Osogbo, onde ainda se cultua o orixá Oxum. Os iyêiyê, aves míticas ligadas aos ancestrais femininos, são lembrados também nos cânticos e de forma especial nas louvações dedicadas a Oxum – ora Iyêiyê ô – saudando uma das mais prestigiosas e muitas vezes temida, mãe ancestral. Dela também se diz ser a grande feiticeira.

E MAIS UM CÂNTICO ECOA.....

Igbá ìyawó igbá si Òsun ó réwà Ibá iawó(cabaça contendo tecidos, roupas. alimentos e pertences
Igbá ìyawó igbá si Òsun ó réwà da noiva)é para Oxum no dia do seu casamento.
Àwá sin e ki igbá réwà réwà Nós cultuamos a formosa noiva que recebeu linda cabaça de
Igbá ìyawó igbá si Òsun ó réwà presente de casamento. Oxum estava linda no dia do seu casamento.

O Ibá Iaô, a cabaça da noiva, pode também aludir a um outro tipo de aliança ou de compromisso. Como as noivas de hoje e de antigamente, os Iaôs, quando de sua iniciação preparam seu enxoval , recebendo também presentes dos mais próximos de sua futura família mítica, para que este possa brilhar no dia da cerimônia do enlace ou da sua iniciação. Lentamente a senhora dos rios, despede-se dos convidados, e outros acordes são executados para saudar Obá, As Ekejis certificam-se de que Oxum não esteja mais presente na sala. Os convivas de Obaladô estão radiantes, seguindo a cadencia dos ilús, uma batida mais forte do run, vem ela Oba a Yabá guerreira, a grande caçadora das florestas. Ao compasso do som suavemente retira a adaga presa o ao busto, colocando em seu lugar o ofá. Elegantemente com a adaga em punho avança graciosamente e começa seu bailado cadenciado ao cântico de.....

Obá e’léékò àjà òsì Obá da sociedade Elekó, guardiã da esquerda.
Àjàgbà e’léékó àjà òsì Anciã, guardiã da esquerda na sociedade Elekó.
Orò awo mò gbo Oba O ritual do mistério é entendido e ouvido por Obá.
Àjàgbà e’lééko àjà òsì Anciã, guardiã da esquerda na sociedade Elekó.

O Cântico fala da sociedade Elekó, informando que Obá é sua suprema guardiã. Pouco se sabe desta sociedade secreta de mulheres no Brasil, “se bem que seu título principal de Ìyà-Egbé é o que ostenta a chefe da comunidade nos ‘terreiros’ Lésé Egún. Por outro lado, Oba representação coletivas dos ancestres femininos, venerados nesta sociedade, é cultuada nos ‘terreiros’ Lese Òrìsà. Terminado este primeiro cântico, relembrando o papel de guardiã dos segredos da sociedade Elekó, Obá retoma o seu Ofá guardado no atacã e, com um gesto incisivo, solicita o escudo, que ela confiara a um dos presentes. Um novo ritmo laudatório se aproxima saudando a guerreira das florestas, através de passos rápidos, numa caçada, onde numa das mãos, exibe o arco e flecha, mostrando destreza daquela que se rivaliza, no ofício, com o maior dos caçadores, Oxossi.

Ìtí wéré Do trono de madeira rapidamente ela constrói
Ofà e rè wé seu arco e flechas que saem serpenteando.

Pó` pò pò Soando como um tambor abafado, o Ofá
Fà de wá, ni chegou até nós.
Pò pò pò Soando como um tambor abafado,
Ele nú o !! A proprietária o perdeu.

Ìya ele nú o (Quando) A mãe está enfraquecida.
Obà e’léékò délé Obá da sociedade Elekô, volta para casa,
Obà Sábà o faz adivinhação, prepara uma armadilha e
Obà ó dìbò ké ré volta a sair.

E bárin è pò E vai em direção ( à casa )
Ó dìbò ké ré Faz adivinhação, prepara armadilha e volta a sair.

Obá é rápida como a sua flecha. Dela é dito ser uma caçadora ta eficiente, e talvez melhor, que a maioria dos caçadores. Foi por isso que teve o respeito de Oxossi, o grande caçador. Dizem que foi ele quem ensinou a ela esta arte, e ela aprendeu com maestria. Oba é obsessiva, e seu instinto guerreiro sempre a faz pelejar. Porém, quando sente que as forças acabam, volta para casa ( floresta ), recupera-se e retorna rapidamente. A casa é o lugar da magia, da consulta a Ifá, deus da adivinhação. E é disto que falam os cânticos acima. Terminada a homenagem a grande guerreira, a mesma despede-se de todos com ar imponente. Uma pausa se faz no Ilê de Obaladô......
O toque dos atabaques anuncia que todos devem retornar ao barracão. O ritmo do Igbin anuncia aos presentes que Oxalá se faz presente nas celebrações de Xangô, e que o final da festa está para chegar. O canto explode com um entusiasmo muito especial. A melodia de rara beleza ecoa por todo o terreiro e é cantada com muita emoção por todos. Os versos dirigidos ao Pai-da-criação chega a ser quase uma súplica.

Oní sé a àwúre a nlá jé Senhor que faz com que tenhamos boa sorte
Oní sé a àwúre ó bèrì omon e com que sejamos grandes.
Oní sé a àwúre Senhor que nos dá o encantamento da boa sorte
A nlá jé Bàbá cumprimenta os filhos.
Oní sé a àwúre ó bèrì omon Pai, Senhor que nos dá boa sorte e nos torna grande.

O Orixá do branco e da calma está presente, lembrando a todos a importância de serem tão grandes quanto ele nos atos, tão calmos, porém dignos e conscientes de seus direitos e obrigações. Agora quem dança majestoso, tranqüilo e de porte altivo é Oxaguiã, o mais novo e guerreiro dos Orixás Funfun, empunhando uma espada evolui em passos firmes e cadenciados. Segundo antigas lendas, ele faz parte da trilogia dos Orixás guerreiros juntamente com Ogunjá e Iemanjá-Ogunté.

Ajagùnnòn (n)gbá wa o !!! Ajagùnnòn Ajagunan ( guerreiro ) nos acuda nos socorra, Ajagunan
Elémòsó, Bàbá Òssóòginyón Senhor dos lindos ornamentos, Pai Oxaguiã
Ajagùnnòn (n)gbá wa o !!! Ajagunan ( guerreiro ) nos acuda nos socorra.
Elémòsó ,Bàbá olóroògùn Pai das guerras ( guerreiro ), Senhor de Elemesó,
Ajagùnnòn (n)gbá wa o !!! nos acuda nos socorra.

O povo ioruba o relaciona como um dos filhos de Odudua que, a partir de Ifé, povoam o mundo, e assim funda a cidade de Elejigbo, sendo este considerado seu primeiro Obá ou Rei.

É hora da partida, as exclamações de Exeuê babá são pronunciadas com entusiasmo ao rei da benevolência. Todos solicitam a sua boa vontade. Seu afeto e imprescindível, e mais do que isso, sua estima, para que possa nos envolver com a ternura do seu abraço e a proteção de sua espada que ampara e luta ao nosso lado.

O dia amanhece, os primeiros raios de sol acordam a natureza. Ouvem-se os primeiros cantos dos pássaros que também anunciam a presença de um novo dia.

À calma e tranqüilidade no Ilê de Obaladô.....

...... o fogo lentamente se extingue na fogueira de Xangô......

sempre é bom aprender DICIONARIO

DICCIONARIO YORUBA

Escriba el término corretamente dentro de La capela y pulse Buscar




Si no encontro o término pode intentar buscar manualmente. Pulse la letra compõe empresa el término cujo significado queira conhecer o abecedário que aparece a continuassem.

ABECEDARIO

A B C D E F G H I J K L M N Ñ O P Q R S T U V W X Y Z











































A

Abakuá

La sociedad secreta Abakuá es una regla de origen africano compuesta sólo por hombres y renombrada por la violencia de sus miembros. Los integrantes de esta sociedad se denominan Ñáñigos. Nueva búsqueda

Abebé

Abanico Nueva búsqueda

Aberikola – Aberi kulá

Devoto no iniciado. Ver Iyawó Nueva búsqueda

Abikú

a) Niño o alma traviesa que encuentra placer en “incorporarse” en un feto para provocar su muerte durante el parto, o poco después. Una vez que muere, el abikú busca otro feto al que incorporarse, realizando esta acción nuevamente.

b) Niño que ha vuelto a su madre después de la muerte, y vuelve a nacer. Nueva búsqueda


Abrir el día

Consultar el ekkuelé. Nueva búsqueda

Achagba

La cadena de Ogún, compuesta de veintiuna piezas, que ofrece protección. Nueva búsqueda

Aché

Ver Ashé Nueva búsqueda

Achere

Maraca que se usa en las ceremonias. Nueva búsqueda

Achanti

Zona del occidente africano, cerca de Dahomey, de donde procedía un gran número de esclavos. Nueva búsqueda

Achogún

Iniciado(a) que ha recibido Pinaldo. Nueva búsqueda

Acué

Ver Ecué. Nueva búsqueda

Addimú o Adimú

Ofrenda sencilla de comida o frutas al orisha. Un poquito de cada cosa. Nueva búsqueda

Alá Addimú

Ofrenda sobre el orisha. Nueva búsqueda

Adié

Gallina Nueva búsqueda

Agbón

Nobre yoruba del coco Nueva búsqueda

Agogó

Campanilla para saludar a Obatalá y Oshún. Nueva búsqueda

Adeles

Una mano de caracoles está compuesta de un total de 18 (o 21), de los cuales sólo se tiran 16. A los que no se tiran se les llama adeles. Nueva búsqueda

Afoché

Polvos Nueva búsqueda
Akoko

Tribu yoruba africana. Nueva búsqueda

Akpuón o apwón

Cantante principal en el conjunto de tambores Batá. Por extensión: todo aquel que funja de cantante en la Regla de Osha o santería. Nueva búsqueda

Akukó jío jío

Pollito. Nueva búsqueda

Aleyo

Creyente no iniciado en la Regla de Osha. Nueva búsqueda

Allé

Caracol pequeño, parte de los ibós. Nueva búsqueda

Alubbata

Persona que toca los tambores Batá. Nueva búsqueda

Amalá

Comida preferida de Shangó, hecha de harina, carnero y quimbombó. Nueva búsqueda

Amibo

Harina de maíz con quimbombó. Se cocina el quimbombó y la harina en el agua donde se hirvieron las guineas que se sacrificaron, agregándole pedazos de esta carne. Nueva búsqueda

Amarre

Pequeño conjuro. Amarrar es realizar el conjuro. Nueva búsqueda

Anagó

Lucumí Nueva búsqueda

Ángel de la Guarda

Ver orisha Nueva búsqueda

Anima sola

Anima en pena o del purgatorio, que se identifica con Eleguá. Nueva búsqueda

Añá

Deidad que vive dentro de Iyá, el mayor de los tambores Batá. Nueva búsqueda

Apapa

Persona procedente de Calabar. Nueva búsqueda

Apetesbí

Ayudante del babalawo (mujer). Nueva búsqueda

Apwon

Solista de los tambores Batá. Nueva búsqueda

Arará

Región del occidente africano así como persona originaria de esa región. En lengua yoruba significa “enano”. Nueva búsqueda

Aremú

Elogio a la grandeza de conocimientos (mú) que tenía Oduduwá. Príncipe o denominación que se le da al primogénito de Alafin, por lo que significa también príncipe heredero. Nueva búsqueda

Ashé o Aché

Gracia que le da el santo a su iniciado. Es el poder divino. Todas las ceremonias, invocaciones, etc. se realizan para obtener este ashé de los orishas. Nueva búsqueda

Asiento

Ceremonia más importante de la santería por la que se le corona el ángel de la guarda (ver Registro de Entrada) al devoto. Se considera el nacimiento a una nueva vida. Dura siete días (al segundo de los cuales se le llama día del medio, y al tercero día de Itá) en los que se celebra rogación de entrada, ebbó de entrada, Osain y lavatorio, así como sacrificio de animales. Durante estos siete días, el Iyawó no debe recibir malas noticias y debe permanecer en el trono que se le ha preparado. Posteriormente se hará el Ebbó de tres meses y el Ebbó del Año (que se ha sustituido en la actualidad por el Pinaldo). La ceremonia de asiento se denomina también Kari orisha, kariosha y Sodo-orisha. Nueva búsqueda


Até de Ifá

Tablero de Ifá Nueva búsqueda

Avatar

Las distintas fases de la vida de un mismo orisha. De Eleguá, por ejemplo, se conocen hasta ciento uno. Se llama también “camino”. Nueva búsqueda

Ayé

Ver allé Nueva búsqueda

Ayubbona

Ver Oyugbona Nueva búsqueda



Nueva búsqueda

B

Babalao o Babalawo

El sacerdote o santero más importante. Es el único que puede leer el tablero de Ifá. Se cree que la etimología de la palabra es “babá” (padre) + “awó” (secreto) Nueva búsqueda

Babalochas

Santero. Sacerdote de segundo orden, tras el babalao. La etimología de la palabra es baba=padre + Osha=orisha y su significado es padre de santo (en la actualidad se usa mayoritariamente la palabra “padrino”) Nueva búsqueda

Bajarle el santo

Ver Montar Nueva búsqueda

Batá

Ver Tambor Batá Nueva búsqueda

Bemba

Labios Nueva búsqueda

Bembé

Tambor yoruba-lucumí. También se usa para referirse a las fiestas en sí. En uno de los “bembés”, por ejemplo, se monta el santo. Igualmente, denomina determinado baile de marcado erotismo. Nueva búsqueda

Biangué - Biagué - Biawé

Oráculo de los cocos, en el que se tiran cuatro trozos de coco sobre una estera (y, puesto que se cuenta el número de ellos que cae con la parte cóncava hacia arriba, hay cinco posibles combinaciones) Su nombre está tomado de Biangué, el primer sacerdote que lo utilizó. En yoruba al coco se le llama obi o agbón. Nueva búsqueda

Bongó

Tambor gemelo Nueva búsqueda

Bozales

Ver Negros bozales Nueva búsqueda

Brillumba

Una de las cuatro Reglas congas principales Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

C

Caballo

A la persona poseída en una ceremonia se le llama caballo porque el santo le monta. El caballo toma la personalidad del orisha que le monta Nueva búsqueda

Cabildos (de nación)

Agrupaciones establecidas por el gobierno español en las que se permitía reunirse a los esclavos (negros bozales o negros de nación) de acuerdo con su origen. Se crearon a fin de servir como válvula de escape de las tensiones que creaba el tipo de vida que llevaban y para tratar de ahondar las diferencias entre los grupos étnicos, evitando así una posible rebelión negra.

Los negros ladinos se organizan en cofradías Nueva búsqueda

Cadena de Ifá

Ver Ekkuele Nueva búsqueda

Caer con santo

Ver Montar Nueva búsqueda

Calabar

Región africana, en la costa occidental. Un habitante de Calabar se denomina apapa. El grupo étnico se denomina carabalí. Nueva búsqueda

Caminos

Las distintas fases de la vida de un mismo orisha. De Eleguá, por ejemplo, se conocen hasta ciento uno. Se llama también “avatar”. Nueva búsqueda

Canastillero

Vitrina o cómoda del Ilé Osha donde se encuentran las soperas Nueva búsqueda

Carabalí

Grupo étnico originario de Calabar. Nueva búsqueda

Caracoles

Ver Dilogún. Nueva búsqueda

Cascarilla

Cáscara de huevo molida. Se usa al principio de los rituales para formar sobre la estera, junto con tierra del árbol del santo que preside la casa, la firma de los santos que se invocan. Las firmas se cubren con maíz seco y se enciende una vela al final de cada dibujo.

La cascarilla se puede ofrendar a Obatalá. Nueva búsqueda

Celebración del Ángel de la guarda

Ver “cumpleaños de santo” Nueva búsqueda

Ceremonias de la santería

Asiento, ceremonia del río, cuarto de santo, cumpleaños de santo o celebración del ángel de la guarda, día de Itá, día del medio, ebbó meta, entrega del cuarto de santo, Ituto, lavatorio, medio asiento, Osain, presentación del tambor, recibir collares, recibir guerreros, recibir Olokun, recibir pinaldo o cuchillo, rogación de cabeza, sacrificio de animales, séptimo día.

Toda ceremonia de la santería tiene tres fases: la llamada a los orishas, la “bajada” de un orisha, que posee a uno de los asistentes y, y la prescripción de ebbós. Nueva búsqueda

Ceremonia del río

Bautismo del iniciado. Nueva búsqueda

Chequeté

Bebida preparada con maíz tostado puesto a fermentar con naranja agria, cocimiento de hierba Luisa y azúcar. Nueva búsqueda

Chicherekú

Esclavo bozal, bajo y cabezón, que perseguía a la gente en los barracones. Nueva búsqueda

Cimarrón

Esclavo que se escapa y vive en el campo. Nueva búsqueda

Coco

Ver Biangué Nueva búsqueda

Cofradías

Organizaciones (creadas por los esclavistas) de negros ladinos. Nueva búsqueda

Congo

Pueblo perteneciente al grupo bantú, originario del reino de Congo. En Cuba se concentran en Oriente. Las Reglas Congas son principalmente cuatro: Mayombé o Palo Monte, malongo, brillumba y Regla Kimbisa del Santo Cristo del Buen Viaje. Nueva búsqueda

Coronación

Ver asiento. Nueva búsqueda

Cruce

Práctica de otra religión de origen africano por parte de un miembro de la santería. Los cruces más corrientes de la santería tienen lugar con la Regla de Palo y el espiritismo. Nueva búsqueda

Cuarto de santo

Habitación donde se hacen las ceremonias de osain, lavatorio y asiento. Debe tener una sábana blanca en la entrada y mientras ésta esté corrida sólo los santeros pueden entrar. Nueva búsqueda

Cumpleaños del santo o celebración del ángel de la guarda

Celebración del aniversario del día en que a una persona se le hizo la ceremonia de asiento. Se llama también la «Mayoría de Edad» Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

D

Da

Deidad de las tribus fons, se correspondería con Ogún en la santería. Nueva búsqueda

Despojo

Ceremonia de limpieza o purificación Nueva búsqueda

Día de Itá

Tercer día de la ceremonia de asiento (después del día del medio y dos después del asiento). En él se consultan los caracoles y se escribe el registro. Nueva búsqueda

Día de la Plaza

Séptimo día Nueva búsqueda

Día del medio – médium

Segundo día de la ceremonia de asiento, al que seguirá el día de Itá. En el día del medio se vaticina cuándo y cómo se morirá el iniciado. Nueva búsqueda

Dilogún

Oráculo de los caracoles, al que se acude para hacer a los orishas una pregunta concreta. Se necesitan cinco piezas llamadas ibo -que se separan en el momento de la tirada- además de veinte caracoles, de los que se lanzan dieciséis y se leen sólo trece. En el oráculo del Dilogún se tiran dos veces consecutivas dieciséis caracoles. En cada una de ellas se cuenta el número de caracoles que caen con la apertura hacia arriba (por lo que hay 256 combinaciones posibles) Cada una de estas combinaciones es un oddú (o “letra”) y lleva asociada uno o varios patakis, de los que el santero obtiene unas conclusiones aplicables a la pregunta que hizo la que persona que consultó los caracoles. El sacerdote especializado en la lectura de los caracoles se llama Oriaté. Nueva búsqueda

Diplobabalawo

Término despectivo para referirse a los babalawos que tratan especialmente con extranjeros, a los que, por lo general, cobran por sus servicios cantidades mucho más elevadas de las que cobrarían a un cubano. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

E

Ebó – Ebbó

Trabajos de mayor o menor complicación que deben llevarse a cabo después de la consulta a uno de los oráculos. Mediante los ebbós, los orishas liberan de enfermedades, maldiciones, etc. Nueva búsqueda

Ebbó Orí o Kobo Orí

Rogación de cabeza con los ingredientes que se determinan en la consulta, más los básicos que son: coco rallado crudo, manteca de cacao, cascarilla, algodón, paño blanco para cubrir la cabeza, jícara con agua, y cuatro pedazos de la masa del coco que se utilizan para preguntar Nueva búsqueda

Ebbó de tres meses.

Ver Ebbó Meta. Nueva búsqueda

Ebbó Meta – Ebbó Tuto Sundida Meta Nueva búsqueda

Celebración de los tres meces de la ceremonia de asiento. Nueva búsqueda

Efún

Pelotita de cascarilla, parte de los ibós. Nueva búsqueda

Ecué

Para los Abakuás, uno de los hijos de Abasí, creador del universo. Sincretiza con Jesucristo. Nueva búsqueda

Egba

Tribu yoruba africana. En Egba se adoraba a Yemayá. Nueva búsqueda

Egbado

Tribu yoruba africana Nueva búsqueda

Egun

Los espíritus de los muertos. Se dice “Ikú lobi Osha”: el muerto parió al santo (que quiere decir que los orishas no son más que espíritus elevados) Nueva búsqueda

Egungun

Vértebra o hueso pequeño, parte de los ibó. Nueva búsqueda

Ekines

Ver Ikines Nueva búsqueda

Ekiti

Tribu yoruba africana. En Ekiti se adoraba a Ogún. Nueva búsqueda

Ekó

Tamal de maíz . Se hace con harina de maíz y otros componentes, envuelto en hojas de plátano. Se le ofrenda a Oshún, Shangó y Eleguá. Nueva búsqueda

Ekkuelé – Opkuele – Okuele - Cadena de Ifá. Cadena de ocho piezas que el babalao consulta al levantarse (“abrir el día”) Se tira de forma que forma dos líneas paralelas, contándose el número de ellas que caen boca arriba. Los babalawos deben tener dieciséis Ekkuelé, pero cada día usa sólo uno, elegido según el oddún que salga. Nueva búsqueda

Eleke

Collar sagrado en la santería Nueva búsqueda

Emú

Vino de palma Nueva búsqueda

Entrega de cuarto santo

Ceremonia que se hace cuando el santero-a va a entrar en el cuarto de santo por primera vez. En esta ceremonia el padrino le explica cómo hacer las cosas. Es necesaria antes de que el santero participe en osain o asiento. Nueva búsqueda

Eri Aworan – Eri aguona

Cabecita de muñeca, parte de los ibós. Nueva búsqueda

Eshú

Entes diabólicos. Nueva búsqueda

Ewé

Un ewé es una prohibición. Ewe es también el término que se usa para referirse a las plantas ( monte, hierbas, bosques o toda la vegetación), entre los descendientes de los yoruba-lucumí (y que los descendientes de los congos denominan vititi-nfinda) Nueva búsqueda

Ewe Ayo

Semilla de guacalote, parte de los ibós. Nueva búsqueda

Ewéréyeye
Peonía Nueva búsqueda

Eyebale

Sangre. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

F

Firma

Especie de jeroglífico asociado con cada orisha. Por medio de la firma se invoca al orisha deseado. La firma se puede trazar con tiza, y se usa para los “trabajos del bien”, o con carbón, y se usa para “trabajos del mal”. Además de los orisha, los creyentes tienen también su propia firma, normalmente una variación de la firma del orisha al que están encomendados. Nueva búsqueda

Fundamento

Objeto en el que habitan los orishas. Puede ser una sopera o una piedra. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

G

Garabato

Bastón de Eleguá, usado por los santeros para atraer hacia el Ilé Osha lo bueno o para apartar o separar lo malo. Nueva búsqueda

Guerreros

Ver Recibir guerreros Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

H

Hacer Osain

Preparar el iyalocha las hierbas necesarias para el Omiero. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

I

Ibo – Iboque - Igbo

Las piezas que se separan de los caracoles en el momento de la tirada (ayé o allé: un caracol pequeño; efún: pelotita de cascarilla; eri aworan (o aguona): una cabecita de muñeca; ewe ayo: semilla de guacalote; otá: una piedrecita negra; egungun: vértebra o hueso pequeño) Nueva búsqueda

Ibí

Maldad Nueva búsqueda

Icú - Ikú

La icú es la muerte. Nueva búsqueda

Ifá

Orula, una de las deidades. Ver tablero de Ifá. Nueva búsqueda

Ifé – Ile Ifé

Ciudad origen de la religión y cultura yorubas. Tribu yoruba africana Nueva búsqueda

Igbodú, Ibodún, Ibodú

Cuarto secreto ceremonial y sagrado. Es el lugar de la casa donde se encuentran los santos en una casa templo. Nueva búsqueda

Igbo

Ver Ibo Nueva búsqueda

Ijesha

Ikines - Ekines

Semillas de palma aceitera usadas en el oráculo del mismo nombre. “Es el receptáculo o representación de Orula en la tierra” Cada babalao tiene los suyos propios, y al morir se le entierra con ellas. Para consultarlas se necesitan al menos tres babalaos. Nueva búsqueda

Ilé

Casa Nueva búsqueda

Ilé Osha

Casa de culto de la santería. Para una descripción completa ver

Ilé Yansa

El cementerio (de Yansa, orisha que vive en el cementerio) Mandar para Ilé Yansa: matar Nueva búsqueda

Iré

Cada uno de los oddunes de buena suerte. Los de mala suerte se llaman osobo. Nueva búsqueda

Ireme

Diablillo presente en las ceremonias Abakuás y que da fe de sus juramentos Nueva búsqueda

Iro – Iro Ifá

Campanilla que se toca durante la divinación del Ifá. Nueva búsqueda

Iroko

Ceiba, árbol sagrado afrocubano. Nueva búsqueda

Itá

Ver día de Itá. Nueva búsqueda

Ituto

Ceremonia fúnebre que se realiza tras la muerte de un babalocha o iyalocha para darle tranquilidad al espíritu del muerto. Durante el Itutu se sacrifican dos gallinas negras y se asiste a una misa católica de difuntos. Nueva búsqueda

Iyá

El mayor de los tambores batá, en cuyo interior habita Añá. Nueva búsqueda

Iyalocha o Yalocha

Santera. Sólo puede consultar los caracoles para hacer Itá una vez entrada en la menopausia. La etimología de la palabra es iya=madre + Osha=orisha y su significado es la madre de santo (en la actualidad se usa mayoritariamente la palabra “madrina”) Nueva búsqueda

Iyawó - Iyabó

Iniciado en la Regla de Osha, durante su primer año, en el cual ha de observar determinadas restricciones - vestir y calzar de blanco, por ejemplo. Al cabo de ese tiempo se convierte en babalocha o iyalocha, pero necesita la ceremonia de entrega de cuarto de santo antes de participar en una ceremonia de osain o asiento. Ver aberikola. Nueva búsqueda

Iyebbu Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

J

Jabao

Mulato de piel amarillenta y pelo claro Nueva búsqueda

Jícara

Nombre que se le da a las vasijas hechas con el fruto de la güira (Crescentia cujeta, árbol de la familia Bignonácea) cortado en dos mitades, a las cuales se le extrae la pulpa interior, poniéndose a secar la corteza que luego se raspa y pulimenta. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

K

Kari orisha - Kariosha

Ceremonia de asiento. Nueva búsqueda

Killa

Pañuelo de tres puntas usado en las ceremonias. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda



L

Ladinos

Ver negros ladinos Nueva búsqueda

Lavatorio

Ceremonia secreta en la que se consagran los collares, el fundamento y los atributos de los santos. Nueva búsqueda

Letra

Ver Ordú. Sobre “letra del año” ver “Tirada de fin de año” Nueva búsqueda

Libretas

Anotaciones de palabras, dibujos, firmas, oraciones, recetas, etc. que escribe el santero para su propio uso. Nueva búsqueda

Lucumí - Lukumí

Nombre americano de los yoruba. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

M

Madrina

Persona encargada de guiar y enseñar la religión a los iniciados. Si es hombre es padrino. Ver iyalocha. Además del padrino o madrina en algunas ceremonias se necesita un-a oyugbona. Nueva búsqueda

Mambí (plural: mambises)

Soldado de las guerras de independencia cubana Nueva búsqueda

Mandinga

Grupo étnico originario de la zona comprendida entre los ríos Senegal y Níger. Portadores de la influencia musulmana a América. Nueva búsqueda

Malongo

Una de las cuatro Reglas congas principales. Nueva búsqueda

Mano

Se denomina mano a cada uno de los juegos de caracoles que posee un babalawo y usa en el Dilogún. Una mano tiene 18 caracoles (o 21 si es de Eleguá) Nueva búsqueda

Mayombé

Palo Monte El mayombé es el trato directo del creyente con el espíritu del muerto, encerrado en un habitáculo de barro, güira o hierro. La mayomba es “un culto bantú subordinado al de los lucumis o yorubas”. Nueva búsqueda

Mayombero

Palero Nueva búsqueda

Mayoría de Edad

Cumplir un año desde el asiento. Se llama también cumpleaños de santo. Nueva búsqueda

Medio asiento

Ceremonia igual a la de asiento en la que se consagran y nacen los santos pero no se hace la ceremonia de consagración de la persona. La persona con medio asiento no puede participar en ninguna ceremonia de los santeros. Nueva búsqueda

Médium

Día del medio. Nueva búsqueda

Mollubba

Moyugba Nueva búsqueda

Monte

El monte es el lugar sagrado por excelencia. En ocasiones se refiere a la tierra en general (frente al cielo, donde habita Olofi); en ocasiones se refiere a cualquier lugar donde la vegetación es abundante (puesto que los orishas viven en las hierbas) Nueva búsqueda

Montar – (ser montado por un santo) Nueva búsqueda

Ser poseído místicamente por un santo durante una ceremonia. Se dice también “subirle el santo”, “bajarle el santo”, “caer con santo”. Ver caballo. Nueva búsqueda

Moyugba

Saludo al orisha, solicitud de autorización para realizar una ceremonia. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

N

Negros bozales

Los negros que proceden de África y no saben hablar español. Son también llamados negros de nación. Ver negros ladinos. Nueva búsqueda

Negros de nación.

Negros bozales. Nueva búsqueda

Negros ladinos

Los que proceden de España y saben hablar español. Ver negros bozales. Nueva búsqueda

Nganga

Soperas en la Regla de Palo Monte. Nueva búsqueda

Ngangulero

Practicante de la Regla de Palo Monte Nueva búsqueda

Nupe

Tribu yoruba africana Nueva búsqueda

Ntutu

Armonía entre lo positivo y lo negativo. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

Ñ

Ñáñigo

Practicante de una Sociedad Secreta Abakuá. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

O

Obá

Santero varón que dirige las ceremonias y es la máxima autoridad en ellas. Nueva búsqueda

Obakoso

Nombre honorario de Shangó Nueva búsqueda

Alafin

Titulo del rey del pueblo de Oyó Nueva búsqueda

Obi

En Nigeria es el nombre de la nuez de Kolá; en Cuba, como ésta no existe, se sustituye por el coco seco, cuyo verdadero nombre en Yoruba es agbon. Según la leyenda Obi era muy orgulloso y vanidoso, por lo que fue castigado por Olofi a poder hablar sólo cuando estuviera en el suelo. Nueva búsqueda


Odú – Ordún

El resultado de la consulta a los oráculos es la obtención de los “ordunes” o “letras”, cada una de las cuales tiene un nombre específico. Las letras llevan asociadas una serie de parábolas llamadas patakis, de las cuales el santero saca conclusiones respecto a la vida de la persona que consulta el oráculo. El resultado final es la necesidad de llevar a cabo una serie mayor o menor, y más o menos complicada de ebós. La mitad de los oddús son masculinos y la otra mitad femeninos. Algunos son positivos (irés) y otros negativos (osogbo) Cada oddú explica parte del entendimiento del mundo en la santería. Nueva búsqueda

Odusain

Osainista

Ofunsá

Nombre de una posición oracular de Ifá. Nueva búsqueda

Okuele

Ver Ekkuele Nueva búsqueda

Olorisha

Término tradicional para el santero. Nueva búsqueda

Olorun

Cuando hablamos de Dios como dueño del cielo, utilizando la palabra cielo como el lugar donde habitan los Seres Espirituales. Nueva búsqueda

Olodumare

La cabeza de Dios, la energía que contiene todas las cosas inmutables. Eterno / Constante. De Olodumare salen todos los destinos que existen y también nacen las energías de derecha e izquierda. Edumare, Eledumare y Odumare son variaciones regionales del mismo nombre. Nueva búsqueda

Olofin

“Dueño de la Ley” (o también dueño de los mandamientos). Otra de las manifestaciones de Dios, y hace referencia a las leyes que les dio a los Orishas que vinieron al Mundo, quienes a la vez debían adoctrinar a los hombres. También se aplica este nombre a los reyes o gobernantes, pues son quienes imponen las leyes. Nueva búsqueda

Olojoní

El Dueño del Día, la manifestación de Dios a través de lo que está sucediendo. Nueva búsqueda

Olubaté - Olubatá

Iniciado que ha pasado la ceremonia de consagración a Añá y puede tocar los tambores Batá. Sólo los hombres pueden ser olubatés. También llamados alubbatá. Nueva búsqueda

Omo-orisha

Santo. Tras la ceremonia de asiento las personas se transforman en Omo-Orishas. Nueva búsqueda

Omiero

Infusión sagrada sedativa, preparada con varias hierbas y otros ingredientes ( miel, cascarilla, tabaco, aguardiente etc.) Para beberla o para bañarse. Nueva búsqueda

Omi-tuto

Agua con que se refresca a los orishas. Nueva búsqueda

Ondo

Tribu yoruba africana Nueva búsqueda

Opkuele

Ver Ekkuele Nueva búsqueda

Opón Ifá

Tablero de Ifá. Nueva búsqueda

Oráculos

Dilogún (caracoles), Biangué u obi (cocos) y el tablero de Ifá. Nueva búsqueda

Orgún – Odú (en yoruba)

Caminos, figuras o letras del oráculo. Nueva búsqueda

Oriaté

Especialista en interpretar el Dilogún Nueva búsqueda

Orishas

Ancestro divinizado. Espíritu que encarnó en el Mundo, vivió entre los hombres y pasó a la historia por haber realizado prodigios y otros hechos que le valieron su divinización a través de rituales que lo ligaron a algún Imalé. Hay distintos tipos de Orisha:

Deidades del panteón yoruba, sincretizados con santos católicos en la santería. Originariamente, un orisha es un humano con un gran poder o sabiduría, que al morir pasa a ser adorado; sin embargo, a los orishas no se les considera muertos, sino espíritus activos: “No los veremos, pero nos estamos codeando con los muertos y con los Santos a todas horas. Nuestros negros están convencidos de que vivimos rodeados de espíritus y que a su influencia se debe cuanto malo o bueno les sucede.” En África, distintas tribus yorubas adoraban a distintos Orishas, aunque había también Orishas adorados por todas las tribus (como Obatalá). Todas las personas son hijos o hijas de un determinado orisha, al que deben venerar especialmente y al que se le llama su Ángel de la Guarda. La etimología de la palabra “orisha” puede ser o bien “asha” (ceremonia religiosa) o bien “ri” (ver) + “sha” (escoger) Puede consultarse una lista completa de Orishas, haciendo clic sobre “Panteón Yoruba" en el índice que aparece en la parte izquierda superior de esta página. Nueva búsqueda

Orisha Idilé

Es el Orisha al cual le hace culto una familia dentro de su hogar. Nueva búsqueda

Orisha Orí

Es el Orisha que actúa de guardián de cabeza de cada ser humano. Nueva búsqueda

Orisha Ilú

Es el Orisha que es venerado por una ciudad entera. Nueva búsqueda

Orisha Inu - Es el Orisha que representa el inconsciente de cada uno, el "yo" interno. Nueva búsqueda

Osain

1 - Uno de los Orishas, dueño de la vegetación terrestre.

2 - Muñeco en el que se aloja este orisha –que de acuerdo con la leyenda antiguamente solía hablar, pero hoy día ya no lo hace.

3 - La colección de hierbas que tiene un Babalawo.

4 - Un tipo de ceremonia secreta Nueva búsqueda

Ver Hacer Osain. Nueva búsqueda

Osainista

Sacerdote dedicado al culto del orisha Osain y al conocimiento de la flora y la fauna. Encargado de tomar, recoger del monte las hierbas y palos necesarios para las diferentes liturgias. Nueva búsqueda

Osogbo

Cada uno de los odunes de mala suerte. Los de buena suerte se llaman iré. Nueva búsqueda

Otá

Piedrecita negra, parte de los ibó. Nueva búsqueda

O

Tribu yoruba africana. Un otá es también una de las piedras que se encuentra dentro de los fundamentos y que es el espíritu de un familiar muerto. El otá se coge de un río. La deidad se “incorpora” mediante el ritual a un objeto, que generalmente está constituido por una o varias piedras, colocadas dentro de un recipiente de material y decoración adecuados, que es entregada al iniciado. Nueva búsqueda

Owo

Tribu yoruba africana Nueva búsqueda

Oyinaldo

Cuchillos sagrados utilizados en los sacrificios animales. Nueva búsqueda

Oyó

1 - Ciudad, capital del imperio del mismo nombre, situado al norte de Dahomey. Es el imperio Yoruba. Su caída provoca el envío de gran cantidad de esclavos yoruba a América. Según la leyenda, Shangó fue el cuarto rey de Oyó. Nueva búsqueda

2 - Tribu yoruba africana. Nueva búsqueda

Oyugbona - Oyubona

Segundo padrino o segunda madrina. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

P

Padrino

Persona encargada de guiar y enseñar la religión a los iniciados. Si es mujer es madrina. Además del padrino o madrina se necesita un-a oyugbona. Ver iyalocha. Nueva búsqueda

Palenque

Poblaciones de cimarrones. Nueva búsqueda

Palero

Creyente de la Regla de Palo Monte Nueva búsqueda

Palma

Ver Ikines Nueva búsqueda

Palo Monte

Regla de origen congo, que se distingue de la santería básicamente por hacer más hincapié en el culto a los muertos y la magia (mientras que la santería se centró en el culto a los orishas) Nueva búsqueda

Paraldo

Pinaldo Nueva búsqueda

Pataki - Patakin

Leyenda. Se llama así a cada uno de los muchos refranes asociados a un ordún. Son pequeñas historias de las que el santero saca conclusiones relativas a la persona que consulta los caracoles. Según el consenso existente entre santeros y babalaos, el sello de legitimidad de los ritos y los patakíes de la Regla de Osha lo estampa la antigüedad de sus orígenes, la cercanía temporal al África de los ancestros, el hecho de haber sido aprendidos “con negros de nación allá por los inicios del siglo” o, en su defecto, con sus hijos y discípulos.” “Los patakíes cumplen una función importante a la hora de hacer entender a la gente la letra (el signo adivinatorio) que le salió, y lo que tienen que hacer.” Nueva búsqueda

Pinaldo

Ver “recibir Pinaldo”. Nueva búsqueda

Plante de santo

Ver “posesión” Nueva búsqueda

Ponerse collares

Ver “Recibir collares” Nueva búsqueda

Posesión

Bajada de los Orishas, que se “meten” en el cuerpo de un creyente para comunicarse con los humanos. Se le llama también “toque” o “plante de santo”. Los fieles llevan los atributos y collares de sus santos; en el santuario se han colocado las soperas, los caracoles sagrados y los otanes Nueva búsqueda

Presentación al tambor

Ceremonia en la que el iyawó –después del séptimo día- le da un tambor a un santo. Sin esta ceremonia, el iyawó no puede asistir a ninguna fiesta porque no puede saludar ni bailar al tambor. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

Q

No existen términos por la letra (Q)


Nueva búsqueda

R

Rayado

Iniciado en la Regla de Palo Monte Nueva búsqueda

Recibir collares

Ceremonia de iniciación a la santería. Primero se hacen los collares, luego se consagran y luego se imponen. Nueva búsqueda

Recibir cuchillo

Ver “Recibir pinaldo” Nueva búsqueda

Recibir guerreros

Ceremonia en la que se recibe a los orishas guerreros: Eleguá, Ogún y Oshosi. Nueva búsqueda

Recibir Olokun

Ceremonia por la que se recibe a este orisha Nueva búsqueda

Recibir pinaldo o cuchillo

Ceremonia de confirmación de su santo de un santero o santera, un año después del asiento. En ella se obtiene la mayoría y a partir de ahí puede hacer todo tipo de ceremonias (como los sacrificios de animales en que se haya de utilizar cuchillo) A pesar de haber recibido Pinaldo, sin embargo, las mujeres no pueden sacrificar animales de cuatro patas. Una vez que se ha recibido Pinaldo, el iniciado recibe el nombre de Achogún. Nueva búsqueda

Registro

El día de Itá se consultan los caracoles y se escribe el “registro”, en el que se norma la vida del iniciado a partir de ese momento. En el registro se incluyen detalles sobre la vida pasada del iyawó, se describe su situación presente y se pronostica el futuro. Sólo el iniciado y su padrino - madrina pueden leer el Registro. Nueva búsqueda

Registro de Entrada

Una semana antes del asiento se hace el Registro de Entrada, en el que, mediante el Dilogún o la tabla de Ifá se averigua cuál es el Ángel de la Guarda del Iyawó. Nueva búsqueda

Registro Final

Cuando muere un santero-a se consulta a los orishas para conocer el destino de los santos que el santero poseía, las ceremonias que han de realizarse y las advertencias que han de darse a sus familiares. Nueva búsqueda

Regla

Culto o religión, normalmente aplicado a las de origen africano. El término viene de los reglamentos de los Cabildos de nación. Las reglas más importantes son Regla de Osha o Regla Lucumí (santería), Regla de Palo Monte o Regla Conga (Mayombe) y Regla Arará (de origen dahomeyano) Algunas personas hablan también de la Regla espiritista, de la regla abakuá e incluso de la Regla de blancos (el catolicismo) Aunque en ocasiones se usa Regla de Ifá como sinónimo de Regla de Osha, algunos prefieren enfatizar la diferencia, siendo Osha un desarrollo cubano y menos ortodoxo, mientras que Ifá se referiría a la religión más cercana a sus raíces primigenias africanas.

Regla Kimbisa del Santo Cristo del Buen Viaje

Una de las cuatro Reglas congas principales Nueva búsqueda

Regla de Osha

Religión popular surgida en Cuba durante la época colonial española, cuyo sistema de creencias y complejo ritual está basado en la reverencia y adoración a los orishas del panteón del pueblo yoruba de Nigeria, sincretizados en su mayoría con santos católicos. Nueva búsqueda



Retirar el santo

Hacer que termine el trance o posesión. Se denomina también “sacar el Santo” Nueva búsqueda

Rogación de cabeza

Llamamiento a todos los orishas al principio de una ceremonia. Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

S

Sacar el Santo

Ver “retirar el Santo” Nueva búsqueda

Sacrificio de animales

“El alma o principio vital está en la sangre” Además de la sangre, se utilizan diversas partes del animal, llamadas asheses, que se cocinarán después de una forma específica por el santero. Nueva búsqueda

Saludo

Saludo al orisha. La postura depende del sexo del que saluda. Si se saluda a un santero mayor, en realidad se está saludando a su ángel de la guarda. Nueva búsqueda

Santero

Ver: babalao, babalocha, iyalocha, olorisha, santero levantado. Nueva búsqueda

Santero levantado

Santero que, por sus conocimientos, es invitado a participar en una ceremonia Nueva búsqueda

Santico

Trance o posesión simulada Nueva búsqueda

Santos de addimú

Santos que se reciben antes o después de la ceremonia de asiento, para resolver problemas específicos. Nueva búsqueda

Santo de cabecera

El santo principal al que se dedica la devoción de un iniciado. Nueva búsqueda

Santos de fundamento

Santos que se reciben en la ceremonia de asiento además del santo de cabecera. Normalmente son Shangó, Oshún, Yemayá y Obatalá. Nueva búsqueda

Séptimo día

Primer día en que el iyawó sale a la calle. Se le llama también Día de la Plaza. Debido al sincretismo con la iglesia católica, durante este día se visita una iglesia para dar cuenta de que el iyawó coronó santo. Nueva búsqueda

Sodo-orisha

Asiento. Ceremonia en la que se da el ashé a los Iyawós. Nueva búsqueda

Sopera

Recipiente en el que habitan los orishas. Cada sopera tiene los colores del santo invocado. Se les llama también fundamento y Nganga (Palo Monte) Nueva búsqueda

Subirle el santo

Ver Montar Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

T

Tablero de Ifá

Tabla circular de madera a través de la cual habla Orula. Es un oráculo precedente de Oyó. Sobre el mito de su nacimiento. Se le llama también Até Ifá y Opón Ifá. Nueva búsqueda

Tambor batá

Tambor consagrado. Puede ser de tres tamaños: el grande se llama iyá; el mediano, itolé; el pequeño, okónkolo. Los tocan los alubbatas, también llamados olubaté. Nueva búsqueda

Tirada de fin de año

Consulta de los oráculos los dos últimos días de un año y el primero del siguiente a fin de obtener la “letra del año”, en la que se refleja lo que sucederá ese año venidero, los ebós que es necesario realizar, etc. Nueva búsqueda

Toque

Ver “posesión”

Nueva búsqueda

U

No exciten términos relacionados por la (U)

Nueva búsqueda

V

Vititi-nfinda

Ver ewé. Nueva búsqueda



Nueva búsqueda

W

Welimeres

Bembé Nueva búsqueda

Nueva búsqueda

X

No exciten términos relacionados por la (X)

Nueva búsqueda

Y

Yaboraje (año de)

Primer año tras la ceremonia de asiento. Nueva búsqueda

Yalocha

Ver Iyalocha Nueva búsqueda

Yamba

“Loado seas” en la lengua de los ñáñigos Nueva búsqueda

Yoruba

Pueblo africano. Son tribus yoruba: Akoko, Egba, Egbado, Ekiti, Ifé, Ijebú, Iyebbu, Ketu, Nupe, Ondo, otá, Owo. Nueva búsqueda

Yoruba-lucumí

Variante americana de los yoruba. Nueva búsqueda

Yumbona

Ver Oyugbona Nueva búsqueda

Nueva búsqueda





Z

No existen términos relacionados por la letra (Z)

Nueva búsqueda

Página principal/ Contacto/ Guía de navegación/ Información/ Plan de estudios/ Firma documento/ Términos y condiciones/ Biblioteca/ Secretaría/ Administración/ Matrícula electrónica/ Área restringida/ Consultoria en línea/ Sala de conferencia/ Galería de los ancestros/ Miembros registrados/ Registro nuevos miembros/ Compras/



























Enviar correo electrónico al administrador del web con preguntas o comentarios sobre este sitio Web.
Copyright © 2003
Esta documento fue elaborado por: A. de Jesús Martínez (Oshún Layó) y tiene el único fin de informar. No tome acción alguna o deje de tomarla sobre la base de este contenido. Última actualización: Miércoles, 30 de Junio de 2004
http://www.youtube.com/watch?v=SsPKDdP2lys&feature=related

Uma das melhores do meu mestre e oluow Fatumbi, Pierry Verge

O africanismo de Pierre Verger:
uma polêmica

De Marília Tavares para Olavo de Carvalho
Acabei de enviar essa mensagem a uma lista que freqüento. A questão é que há uma antropóloga com doutorado em religião afro. Chamou minha atenção ela "vender" a idéia dos mitos afro serem lindíssimos, das religiões afro todas serem algo muito rico, ademais ela se preocupa com a possibilidade de essas culturas acabarem, ela computa todos os ganhos e propõe soluções para os impasses, ela coloca na lista textos sobre rituais ou mitos do candomblé e umbanda... Mas quando perguntei o porquê de ainda se sacrificarem animais no ritual de sacralização dos búzios, entre outros, quando quase todas as religiões já colocaram muitos desses sacrifícios em versões mais "light", recebi uma resposta ofendida, como se eu tivesse dito o maior absurdo, como se a tivesse ofendido em suas crenças... Apesar de que diz que só fala sobre isso como antropóloga. Essa resposta que segue abaixo é em resposta a uma outra pessoa (...) que pega meu gancho (...) e insiste na pergunta mas sob outro prisma, sobre sacrifícios e as tradições, etc. Não coloco a pergunta (...) que está implícita, só a resposta dada pela antropóloga. Achei que o texto que coloquei em resposta se aplica em parte nesse caso de ambigüidade de postura, mesmo não sendo ela uma mãe de santo e, talvez, nem praticante da religião.
De Rita para Marília
Bom, pra não ficar falando antropologuês, lembro só que não podemos avaliar as práticas de uma religião estando fora dela ou comparando com outras, pois não dominamos todos os significados nem os sentidos e qualquer coisa pode nos parecer exótica, aberrante, primitiva, ridícula. Sistemas religiosos são como linguagens. Se eu disser smiaeb e reclamar que você não compreende, o que você me diria?
É complicado, mesmo. :-)
De Marília para Rita
Essas palavras me fizeram lembrar um artigo que li hoje de manhã:
"(...) No Brasil, que é de fato o único pais do mundo onde as religiões africanas se expandem, a maior parte de seus seguidores já não é constituída de negros e sim de mestiços, e a maior celebridade religiosa que os representa é um branco francês: Pierre Verger. (...) A propósito do sr. Verger, é preciso lembrar que a ambigüidade do seu personagem vai além do simples fato de ser um branco a suprema autoridade da religião negra: o sr. Verger é um ser bifronte, misto de antropólogo e pai-de-santo – uma posição que lhe permite mudar a clave de seu discurso conforme as demandas do momento, ora falando do culto africano com a liberdade de um espectador científico livre e descomprometido, ora com a autoridade de um porta-voz oficial. Essa duplicidade de papéis por sua vez permite que ele desfrute do prestígio da autoridade religiosa sem ter de arcar com a concomitante responsabilidade. Os hierarcas das demais religiões, se recebem a veneração e obediência de seus fiéis, por outro lado têm de responder, perante a sociedade, pelos pontos de sua doutrina que pareçam duvidosos ou extravagantes aos olhos dos não-crentes. (...) Nenhum desses sacerdotes está em posição de furtar-se às cobranças que os de fora possam fazer à sua religião. É precisamente essa a posição que o sr. Verger ocupa na sociedade brasileira. (...) Assim, por exemplo, no seu recente livro Ewé. O Uso das Plantas na Sociedade Yoruba (Salvador, Odebrecht, 1995) ele nos dá várias receitas de mandingas usadas no candomblé para matar pessoas, sem que a ninguém ocorra acusá-lo de pregar uma religião homicida – pois afinal ele está falando como observador científico e não como porta-voz responsável pela crença que prega. É um privilégio que nenhuma autoridade religiosa deste mundo pode invocar. (...) Para piorar as coisas, a nenhuma autoridade religiosa deste mundo é moralmente permitido ensinar a prática de ritos sem que esteja persuadida da eficácia desses ritos. Um rabino não submeterá meninos ao bar-mitzvah, ou um padre os submeterá ao batismo, dizendo-lhes ao mesmo tempo que se trata provavelmente de ritos inócuos, sem eficácia neste mundo ou no outro. Mas o caráter peculiar de sua religião e a posição ainda mais peculiar que dentro dela ocupa permitem que o sr. Verger ensine os ritos homicidas ao mesmo tempo que deixa numa conveniente ambigüidade as questões que uma consciência religiosa sã jamais deixaria de buscar esclarecer: Esses ritos funcionam ou não? São praticados ou não? Pois, se declaradamente não funcionam, sua religião é uma farsa. Se funcionam, é intrinsecamente homicida. Se funcionam e são correntemente praticados, já não se trata somente de uma doutrina homicida, mas de um costume homicida generalizado e legitimado pela religião. Convenhamos que são questões incômodas. Mas por que conceder ao sr. Verger o privilégio de permanecer na indefinição ante essas perguntas, quando as demais autoridades religiosas são constantemente cobradas até mesmo por violências indevidas e sem relação com o dogma – ou mesmo contrárias a ele – que seus correligionários tenham cometido no passado?"
(Olavo de Carvalho, em "A divida dos faraós", em O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras, Rio de Janeiro: Ed. da Faculdade da Cidade, 1996.)
Ehh...acho complicado mesmo!
Não é?
Abraços
Marília
De Aluizio para Marília
Qual jornal publicou o artigo que está citado na mensagem? Gostaria de lê-lo por inteiro, pois a afirmativa de que Fatumi Verger "e a maior celebridade religiosa que os representa é um branco" no próprio texto apresentado fica esclarecida a impropriedade da afirmação. Conheci Fatumi. Estive duas vezes por bastante número de horas em cada vez o suficiente para tirar minha conclusão: Fatumi era um estudioso sério na forma como estudava todavia enquanto crente ou praticante o fazia com reservas. Aquelas reservas que sua cultura, origem européia e educação igual impunham. Creio que acreditava nos preceitos e fundamentos do candomblé, mas, não creio que tivesse se envolvido com o mesmo ímpeto com que muitos outros indivíduos se envolveram. Notadamente aqueles de origem e cultura diferentes.
Bom final de domingo
Aluizio
De Marília para Rita
Seria possível você comentar os pontos que são equívocos de dados e de análise para nos esclarecer?
Grata,
Marília.
De Rita para Marília
Marília
Warning: é uma lonnnga resposta:Como você pediu, aqui vão meus comentários sobre o texto que você enviou. Não pude mandar ontem porque estava trabalhando no paralelo em outras coisas.
[Segue-se a mensagem, reproduzida abaixo em itálico, com as respostas de Olavo de Carvalho]

Respostas de Olavo de Carvalho
1.
Diz o autor Olavo de Carvalho: "(...) No Brasil, que é de fato o único pais do mundo onde as religiões africanas se expandem..."
Isto não é absolutamente verdade. As religiões africanas vêm se expandindo por todo o mundo, especialmente para Estados Unidos (levadas pelos caribenhos e sul americanos, especialmente brasileiros) e Europa. Já existem terreiros de candomblé e umbanda em Milão, Paris, Frankfurt, Genebra, e em vários estados americanos. Também na América do Sul elas vêm crescendo amplamente. Para confirmar estas informações, vejam-se as pesquisas de Maria Júlia Carozzi, Rita Segato, Reginaldo Prandi, e outros (vou colocar uma bibliografia especializada no meu site e todos poderão pegar lá, pois é extensa). (Olavo, não chama a atenção que todos são brasileiros? O que vejo em enciclopédias internacionais é sobre o crescimento do islamismo) a maior parte de seus seguidores já não é constituída por negros e sim de mestiços,
O problema de se definir quem é negro ou mestiço é clássico. Não se pode dizer que os mulatos e caboclos não são negros ou que são. O fato é que 60% da população brasileira tem ascendência negra. As estatísticas dizem que a maior parte dos adeptos das religiões afro-brasileiras são mulheres, mulatas e negras, de extração social baixa e escolaridade básica. Ver os trabalhos de Prandi, Amaral & Silva, Amaral.
Resposta: D. Rita joga com um duplo sentido da palavra "expansão" e, mais que me confundir, confunde a si mesma. Os caribenhos e sul-americanos que foram para os EUA e a Europa já praticavam os cultos afro nos seus países de origem e simplesmente continuaram a praticá-los, transmitindo-os a seus filhos, nos países aonde foram viver. Isso não é expansão do culto, é simples crescimento demográfico de uma etnia e aumento vertiginoso das taxas de imigração. Nos EUA e na Europa esses cultos continuam, no essencial, limitados a suas comunidades étnicas de origem (elas sim, crescentes) e não conquistam adeptos fora delas num ritmo nem de longe comparável ao que sucede no Brasil, onde amplos setores da classe média e alta sem a mais remota ancestralidade africana (incluindo parcela significativa da intelectualidade acadêmica e da classe governante) se põem cada vez mais sob o guiamento de pais-de-santo. Isto é fenômeno exclusivamente brasileiro (com a possível exceção de Cuba, onde o governo durante algum tempo apoiou discretamente esses cultos para boicotar a Igreja; mas não tenho dados sobre os resultados efetivos dessa política).
O crescimento das religiões afro fora do Brasil é, por assim dizer, "vegetativo", condicionado ao aumento de populações imigrantes, ao passo que no Brasil é crescimento ativo, tal qual o é, no mundo, o crescimento do Islam, que se expande entre europeus e norte-americanos brancos sem ancestrais muçulmanos.
D. Rita estuda muito, mas não adianta estudar sem inteligência.

2.
"e a maior celebridade religiosa que os representa é um branco francês: Pierre Verger."
Pierre Verger não é e nem nunca foi considerado uma celebridade religiosa. Sempre foi considerado um pesquisador que respeitava e amava a cultura religiosa afro-brasileira, que o recebeu de braços abertos e lhe deu um cargo honorífico. O fato de ele representar um importante papel na recuperação de informações, na tradução e registro dos elementos culturais e se dispor a discuti-los com pessoas fora da academia terminou por dar a ele um caráter marginal: mal visto pela academia por sua excessiva aproximação com o que era seu objeto de estudo (a religiosidade), e visto com muita desconfiança pelos religiosos, que apesar de reconhecerem o valor do seu trabalho e receberem-no muitas vezes, ressentiam-se de suas entrevistas dizendo que não era um crente, mas um admirador. O Aluízio apontou com clareza o espírito de Verger, a quem também conheci pessoalmente e de quem sei claramente que tinha uma posição de imenso respeito pelo sentimento de Fé, que ele não possuía, mas compreendia e admirava como quem admira uma obra de arte do sentimento humano. Mas ele jamais foi uma celebridade religiosa. Celebridade religiosa foram Mãe Menininha do Gantois, Mãe Senhora, João da Goméia e atualmente, em menor grau, mãe Stela do Opô Afonjá.
Resposta: Novamente, uma confusão do sentido das palavras. Verger é ou não é "uma celebridade religiosa"? Sim e não. É óbvio que no meu texto essa expressão tem um sentido irônico, para refletir a ambigüidade mesma do personagem, que por um lado era uma tremenda força legitimadora a serviço dos cultos afro perante o mundo acadêmico (nesse sentido, uma "celebridade" e não uma "autoridade", embora na África fosse recebido em muitas tribos quase com honras de chefe de Estado) e, por outro, não podia mesmo ser uma autoridade religiosa "oficial" num culto que não tem hierarquia oficial nenhuma e onde tudo é uma questão de prestígio informal, escorregadia a mais não poder. A própria D. Rita reconhece essa ambigüidade, mas apenas nos seus reflexos exteriores entre os acadêmicos, de um lado, e os religiosos, de outro, como se esse duplo reflexo fosse o fruto de um engano geral e não emanasse da duplicidade de papéis do próprio Verger. Se Verger tinha ou não tinha "fé", se a tinha às terças, quintas e sábados e não tinha às segundas, quartas e sextas (descansando no domingo como o bom Deus), isso é perfeitamente irrelevante, pois a tentativa de introduzir o conceito de "fé" num culto mágico (onde o que conta, ao menos supostamente, é a atuação objetiva das forças em jogo e não a subjetividade do "crente", que nesse caso se diria antes um "cliente") é uma cristianização artificial e ex post facto, sem o menor sentido e, aliás, sem a menor respeitabilidade científica. O que importa é que, perante a academia, Verger era um representante dos cultos afro e, no meio afro (pelo menos quando havia algum acadêmico olhando), era apenas um observador antropológico simpático. É o próprio Monsieur Ouine (de Oui+Non) do romance de Bernanos.

3.

"A propósito do sr. Verger, é preciso lembrar que a ambigüidade do seu personagem vai além do simples fato de ser um branco a suprema autoridade da religião negra: o sr. Verger é um ser bifronte, misto de antropólogo e pai-de-santo – uma posição que lhe permite mudar a clave de seu discurso conforme as demandas do momento, ora falando do culto africano com a liberdade de um espectador científico livre e descomprometido, ora com a autoridade de um porta-voz oficial. Essa duplicidade de papéis por sua vez permite que ele desfrute do prestígio da autoridade religiosa sem ter de arcar com a concomitante responsabilidade."
Jamais Pierre Verger falou como pai-de-santo. ALGUNS religiosos, ou por menor tradição ou intelectualizados é que tomaram seus trabalhos como "bíblia" do candomblé, coisa que ele jamais se propôs como objetivo. Para se certificar disso, leiam-se todos os trabalhos de Pierre Verger e os comentaristas deste trabalho, entre eles Silva, Prandi, Ferretti, Braga e outros.
Resposta: Santa Misericórdia! Se D. Rita admite que os trabalhos de Verger chegaram a ser tomados como bíblia por "alguns" crentes (quantos? dois? três? dez mil?), isto resulta precisamente em admitir que ele foi aceito como autoridade religiosa dentro dos próprios meios afro, ainda que por ignorantes. E aliás quem julgará a ignorância ou sapiência deles: a acadêmica D. Rita ou o próprio meio religioso que os aceitou como membros, aceitando, por tabela, que seguissem a autoridade de Verger? D. Rita argumenta como um cardeal que dissesse que o bispo Macedo não é autoridade religiosa porque não foi ordenado padre e só é seguido por ignorantes. Ora, autoridade religiosa, por definição, é quem como tal é aceito por uma roda de crentes, grande ou pequena, culta ou inculta. O próprio Jesus Cristo só foi aceito, no início, por uns poucos homens incultos, e certamente não teve de aguardar o beneplácito de cultíssimos cardeais para se tornar autoridade.

4.
"Os hierarcas das demais religiões, se recebem a veneração e obediência de seus fiéis, por outro lado têm de responder, perante a sociedade, pelos pontos de sua doutrina que pareçam duvidosos ou extravagantes aos olhos dos não-crentes. (...) Nenhum desses sacerdotes está em posição de furtar-se às cobranças que os de fora possam fazer à sua religião. É precisamente essa a posição que o sr. Verger ocupa na sociedade brasileira."
Como Verger não era um hierarca da religião, e sim um etnógrafo que convivia com o grupo estudado, grupo este que bem sabia sobre sua posição, jamais alguém pretendeu cobrar de Verger algo que ele não se propunha como objetivo de vida ou científico. Conseqüentemente, nada poderia lhe ser cobrado senão do ponto de vista acadêmico, e isto sempre foi feito e cobrado muito caro o fato de ele não analisar seus dados e tomar uma posição sobre o papel destes cultos na sociedade brasileira.
Resposta: Conversa mole. Se os livros dele circulavam como "bíblias", influenciavam religiosamente seus leitores. Por outro lado, os mesmos livros não apareciam ante o mundo acadêmico como meros estudos neutros, mas como apologia e – por que não dizê-lo – como propaganda dos cultos afro, e não deixaram de ser eficazes nesse sentido, como se vê pela ampla adesão de intelectuais e acadêmicos a esses cultos.
Assim, Verger, pela sua atuação prática, tinha força de autoridade, prestígio de autoridade, mas, como essa autoridade ficava implícita, ele podia a qualquer momento isentar-se da correspondente responsabilidade (ou ser dela isentado por solícitos admiradores como D. Rita).

5.

Também não é verdade que os sacerdotes de várias religiões não se furtem a responder sobre dogmas religiosos. TODOS fazem isto quando sabem que as questões são polemicas.
Resposta: No cristianismo e no judaísmo a apologética, com sua componente polêmica essencial, é uma das partes mais importantes da formação do sacerdote, e no Islam (onde não há sacerdócio formal), ela é obrigação estrita de todo crente. A polêmica com os descrentes e com os fiéis de outras religiões constitui – para nos atermos só aos textos clássicos do cristianismo – pelo menos uma quarta parte dos trezentos volumes (de mil páginas cada) da Patrística Latina e dos quatrocentos da Grega. Todas as Sumas católicas nada fazem senão reproduzir polêmicas correntes da época, e todo o imenso desenvolvimento da dialética como arte da discussão, entre Aristóteles e Hegel, foi devido exclusivamente ao clero católico, o que seria realmente um esforço inexplicável se tudo fosse para fugir das polêmicas. Mais modernamente, os jesuítas se tornaram célebres por sua habilidade argumentativa, e não há uma só objeção ao dogma católico que não tenha produzido centenas de livros e folhetos jesuíticos em resposta. Compreendo que D. Rita, com a cabeça cheia de antropologia, não tenha tido tempo para conhecer as religiões que ela julga provavelmente serem "de brancos" (talvez também de imperialistas), e se limite a projetar sobre elas os preconceitos do meio mais cretino, inculto e provinciano que existe, que é o da ciência social acadêmica (sobretudo brasileira).
Não é curioso que uma acadêmica ocidental, sem raízes africanas, saiba tanto sobre os cultos afro e ignore a sua tradição própria tradição de origem ao ponto de imaginar que os padres fogem de polêmicas, quando na verdade não fizeram senão polemizar por dois mil anos?
E não é curioso que esses antropólogos estudem tão profundamente uma só religião – justamente uma das mais estranhas ao seu meio de origem –, e ignorem tão profundamente todas as demais (exceto, eventualmente, as que foram postas na moda pela New Age)? Não é inevitável que, por falta de pontos de comparação, percam totalmente o senso das proporções e acabem recorrendo a conceitos inadequados a seu objeto, como por exemplo o conceito de "fé" aplicado a um culto mágico?

6.
E dizer que Pierre Verger ocupa uma posição na sociedade brasileira é um exagero, dado que a imensa maioria dos brasileiros desconhece quem ele seja. Talvez ele tenha um papel importante para o candomblé, e em muito menor grau a umbanda, por seu trabalho etnográfico.
Resposta: D. Rita viu quantas páginas inteiras de jornais e revistas prantearam a morte desse ilustre desconhecido? Viu quantos livros de arte ele, em vida, publicou em edições caríssimas financiadas por empresas milionárias? Viu quantas celebridades estrangeiras foram render-lhe homenagens em vida e no funeral? E note: todos os que falaram sobre ele jamais o apresentaram como um puro cientista, mas sempre como alguém que personificava o espírito mesmo da cultura afro.
Negar que Verger fosse uma celebridade e que essa celebridade fosse um emblema (ao menos publicitário e legitimador) do africanismo no Brasil é mais que um erro: é uma mentira tola.

7.
"Assim, por exemplo, no seu recente livro Ewé. O Uso das Plantas na Sociedade Yoruba (Salvador, Odebrecht, 1995) ele nos dá várias receitas de mandingas usadas no candomblé para matar pessoas, sem que a ninguém ocorra acusá-lo de pregar uma religião homicida – pois afinal ele está falando como observador científico e não como porta-voz responsável pela crença que prega. É um privilégio que nenhuma autoridade religiosa deste mundo pode invocar."
Do ponto de vista da antropologia, ciência que Pierre Verger pretendia praticar (os antropólogos nem sempre aceitam o trabalho de Verger como antropologia e sim como etnografia (descrição detalhada e sem valores pré-estabelecidos de uma prática ou um fenômeno cultural), porque ele não faz a tal análise a que me referi acima, ele certamente não está fazendo proselitismo do assassinato apenas porque mostra em seus livros que existe em magia uma receita para matar pessoas. Do ponto de vista científico, que é o ponto de vista de Verger, nenhuma fórmula mágica será capaz de matar uma pessoa. As pessoas morrem de doenças (físicas ou psicossomáticas) e acidentes, e jamais pela interferência de qualquer elemento sobrenatural ou vontade divina. E como ele não escrevia para religiosos e sim para a academia, este problema não deveria existir.
Resposta: Se um apologista diz que numa determinada religião há ritos e receitas para matar pessoas e que essa religião é uma coisa linda, que é que se pode concluir senão que, do ponto de vista dessa linda religião e desse lindo apologista matar pessoas por meio de ritos e receitas é coisa normal e louvável? Não há como fugir disso, por mais piruetas verbais que se dêem.

8.
Apenas, Pierre Verger esqueceu que numa sociedade urbana, pluricultural, cosmopolita, seus trabalhos estariam em livrarias, e tanto acadêmicos como não acadêmicos teriam acesso a seus trabalhos, lendo-os e interpretando-os como bem quisessem. (...) Mas como Verger era um fotógrafo, mesmo seus textos têm esta preocupação com o detalhe, com a minúcia, muitas vezes vistas pelos pais e mães de santo como uma traição de Verger...
Resposta: Ou seja: o único erro do Sr. Verger foi dar com a língua nos dentes, revelando aos profanos um segredo homicida que deveria ficar restrito ao círculo de iniciados.

9.
"Para piorar as coisas, a nenhuma autoridade religiosa deste mundo é moralmente permitido ensinar a prática de ritos sem que esteja persuadida da eficácia desses ritos."
Mas Verger não acreditava que estava ensinando ritos. Estava descrevendo. Quem vai aprender nos livros dele é porque não sabe nada e deveria ter aprendido com seus mais velhos.
Resposta: Mas esses "mais velhos" teriam de ser tremendamente hipócritas para, em público, dar um cargo honorífico ao sr. Verger e, em particular, advertir a seus filhos para que não acreditassem numa palavra do ensinamento dele, não é verdade? De modo que, das duas uma: ou reconheceram sinceramente que o Sr. Verger tinha alguma autoridade para falar em nome da sua religião ou eram todos uns embrulhões como ele. Tertium non datur.

10.
"Um rabino não submeterá meninos ao bar-mitzvah, ou um padre os submeterá ao batismo, dizendo-lhes ao mesmo tempo que se trata provavelmente de ritos inócuos, sem eficácia neste mundo ou no outro."
Certamente. Mas Verger, não era um sacerdote. O Sr. Olavo se equivoca novamente, tomando como premissa, penso, o fato de Pierre Verger ter recebido o oye (cargo) de Oju Obá depois que estudou o jogo de búzios. Esta foi a maneira que o candomblé encontrou para submeter Verger ao duplo código, exigindo de modo sutil, que ele se comprometesse minimamente com a religião. O que ele se recusou a fazer, deixando bastante claro seu respeito e admiração, mas sua posição observador e não de adepto.
Resposta: O motivo político, oportunista ou maquiavélico que levou os candomblezeiros a dar o cargo ao Sr. Pierre Verger é absolutamente irrelevante, tal como é irrelevante, para a legitimidade do cargo, que um sujeito seja nomeado cardeal por ser um santo ou por ser sobrinho do prefeito. Se ao mesmo tempo Verger, continuando a fazer propaganda do candomblé, se recusava a assumir uma responsabilidade explícita, isto só confirma o que eu disse: era um homem de dupla face, o bilinguis maledictus de que fala o Evangelho.

11.
"Mas o caráter peculiar de sua religião e a posição ainda mais peculiar que dentro dela ocupa permitem que o sr. Verger ensine os ritos homicidas ao mesmo tempo que deixa numa conveniente ambigüidade as questões que uma consciência religiosa sã jamais deixaria de buscar esclarecer: Esses ritos funcionam ou não? São praticados ou não?"
Novo equívoco. Estas perguntas não se colocam pra um cientista. Se funcionam ou não funcionam a partir da fórmula não é importante, pois se tem como premissa de que são meras abstrações rituais, onde o desejo de morte do outro é mais importante que a fórmula.. O importante é que se acredite que funcione. Todo o sistema de relações vai mudar a partir da idéia que se tenha de que é possível matar de longe. O mesmo para se são praticados ou não.
Resposta: Bem sei que os antropólogos pensam assim, mas o fato de pensarem assim torna ilegítimo o ponto-de-vista antropológico e reduz a antropologia à pseudo-ciência que ela jamais deixou de ser. Dizer que a eficácia mortífera de um instrumento qualquer é irrelevante para o seu estudo, que o que importa é a "função social" da crença nessa eficácia, eis um pressuposto absurdo e pueril que os antropólogos aceitam como um dogma, sem nem pensar na enormidade do que estão dizendo. Pois, se a eficácia do instrumento é objetivamente comprovada, o motivo de crer na sua eficácia é um; e, se não é jamais comprovada, o motivo é outro completamente diverso. Acreditar que essas duas "crenças" possam ter numa cultura um papel idêntico é tapar o sol com a peneira.
Curiosamente, os mesmos antropólogos que proclamam a identidade funcional do homicídio e do mero desejo de matar são os primeiros a denunciar como violência repressiva injusta os processos contra as bruxas na Idade Média, alegando que a intenção mortífera das bruxarias era apenas uma ilusão inofensiva.
De um ponto de vista mais geral, tive recentemente, no New Europe College de Bucareste, uma troca de idéias com o Prof. Jacques Julliard, um estudioso de religiões da Universidade de Paris, o qual não teve remédio senão concordar com as minhas observações, que transcrevo a seguir:
Pour plus kantien qu’on se veuille, les réligions ne sont pas que des expressions du désir et du sentiment. Elles ont des doctrines qui portent sur la réalité et qui font des jugements sur le vrai et le faux. Quelques uns de ces jugements concernent des realités d’ordre supra-sensible que la tradition kantienne jamais reniée par l’establishment universitaire a quelque raison de mettre au-delà de nos moyens de vérification, mais quelques autres concernent des faits – ou supposés tels –, par exemple que les armées du Pharaoh ont eté englouties par la mer, que Jésus-Christ a guéri des lépreux ou qu’il a multiplié des pains, que tel saint a fait tel miracle à tel endroit ou qu’un homme illettré a écrit en langue très cultivée le plus beau livre de la littérature arabe. La verité des jugements de ce dernier tipe, qu’il n’est pas impossible d’établir du moins en théorie par des moyens purement humains, est censée valoir comme indice, si ce n’est pas comme preuve, des jugements du premier type, c’est à dire, comme des renforcéments apportés à la foi par la miséricorde divine. La connexion inséparable de ces deux types de verités est même quelque chose d’essentiel et d’omniprésent en toutes les grandes réligions. Depouillées de leur prétention à dire la vérité, et surtout de cette solidarité mutuelle des verités visibles et invisibles, les réligions ne deviennent que des écritures indéchifrables, des esthétismes muets que chacun est libre d’interpreter à son aise, c’est à dire, elles n’ont plus de sens que projéctif et, à vrai dire, hallucinatoire. C’est comme si on avait la prétention d’expliquer scientifiquement la symptomatologie paranoïaque d’un homme qui s’affirme persecuté pour un chien sans nous demander le moins du monde s’il-y-a où s’il-n’y-a pas un chien quelconque derrière lui.
Cependant, il est un fait incontestable que tout l’approche moderne et soi disant scientifique des réligions, quand il ne nie pas tout d’emblée et sans la moindre discussion la verité de leurs doctrines, commence du moins pour faire abstraction de leur vérité ou fausseté et pour ne les étudier "qu’en tant que phénomènes sociaux" (où historiques, anthropologiques, sémiotiques, etc.), comme si leur phenomenalité même n’était pas celle d’une doctrine qui se présente comme vraie; comme si des affirmations coupées de toute rélation avec leur objet pouvaient encore être "comprises" si ce n’est que comme des pures formes vides. On parle donc de croyance réligieuse, de rites réligieux, de code moral réligieux, de symbolisme réligieux, comme si tout cela était inventé à propos de rien et d’une façon complètement indifférente aux objets spirituels et matériels qui en sont le contenu intentionnel. Il est presque inévitable qu’une telle façon d’envisager la réligion finisse pour en faire un schème vide qui peut être transposé et utilisé en profit de quelque doctrine que ce soit. Sous cet aspect, l’étude prétendument scientifique des réligions est, par un côté, une succession d’éssais pour fuir le noyau de son sujet, et, d’un autre côté, il est un instrument d’adaptation des extériorités de la réligion aux bésoins de doctrines non-réligieuses, c’est à dire, il est une machine à produire des "réligions de substitution". La question que je vous pose est partant celle-ci: Comment des sciences tellement conçues peuvent expliquer le phénomène des réligions de substitution? Est-ce que l’intélligence de nos contemporains a réussi à produire ce prodige de petitio principii qui sérait une science capable de déduire de sa propre existence la nature de son objet?

12.
"Pois, se declaradamente não funcionam, sua religião é uma farsa. Se funcionam, é intrinsecamente homicida. Se funcionam e são correntemente praticados, já não se trata somente de uma doutrina homicida, mas de um costume homicida generalizado e legitimado pela religião."
Você nota que todo o problema dele é que ele ACREDITA que se a fórmula funcionar os que lêem os livros vão sair matando todo mundo e a culpa é do Verger?
Resposta: Se eu acreditasse estritamente nessa hipótese ela não seria hipótese e não teria sido escrita com a conjunção condicional "se". E uso a mesma conjunção para dizer: Se D. Rita não fosse uma pessoa tremendamente confusa – como em geral o são os cientistas sociais –, ela se absteria de buscar compensação para a fragilidade de seus argumentos ocultando-se por trás de diagnósticos conjeturais sobre as pretensas intenções ocultas de seu adversário.

13.
Que se ele conhecesse o candomblé, jamais poderia supor que é uma religião homicida, senão com o malicioso intuito de ver nela algo demoníaco, como a igreja católica sempre fez, os protestantes e etc. por não compreenderem e não se darem o trabalho de compreender o pensamento destas religiões? Elas, pelo contrário, são religiões de vida. No candomblé não existe pecado e não é necessário morrer pra ser feliz."
Resposta: Precisamente: as religiões "da vida" são precisamente aquelas onde a violência ritual contra seres humanos é um costume estabelecido. Sugiro a D. Rita que, em vez de ficar lendo dezenas de antropologuinhos de vigésimo time, leia logo René Girard e tire essa dúvida para sempre. A bibliografia não é extensa: bastam La Violence et le Sacré, Le Bouc Emissaire e Choses Cachées depuis la Fondation du Monde.

14.
"Convenhamos que são questões incômodas. Mas por que conceder ao sr. Verger o privilégio de permanecer na indefinição ante essas perguntas, quando as demais autoridades religiosas são constantemente cobradas até mesmo por violências indevidas e sem relação com o dogma – ou mesmo contrárias a ele – que seus correligionários tenham cometido no passado?" (Olavo de Carvalho, em "A divida dos faraós", em O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras)
Pois então. Verger nunca foi uma autoridade religiosa. Talvez apenas do ponto de vista de algumas pessoas como o Sr. Olavo. Logo, todo o texto é um grande equívoco ao pedir explicações que Verger não deve e nunca deveu e que agora, depois de morto, jamais dará. Gostaria apenas de entender por que o texto se chama "A dívida dos faraós", pois nada vi nele que justificasse tal título.
Resposta: O texto chama-se "A dívida dos faraós" porque diz logo de cara o seguinte: "Movidos pela oratória de intelectuais esquizofrênicos, os negros agora exigem uma indenização dos bisnetos de seus antigos senhores, mas ao mesmo tempo gabam-se de ser descendentes dos faraós, que escravizaram dezenas de povos durante quinze séculos. Não vejo como poderão escapar da pergunta: — Por que vocês não pagam primeiro o que devem aos judeus?" Não vejo como explicar isso mais claro, mas talvez D. Rita, de tanto estudar antropologia, não tivesse tempo de ler a Bíblia para saber que os judeus foram escravos dos egípcios.