segunda-feira, 22 de março de 2010

Historias do candomble...a Raiz

Maria Júlia da Conceição Nazaré


Maria Júlia da Conceição Nazaré, ( ? - Salvador, 1910) Iyalorixá do Candomblé que após uma disputa pelo cargo da Casa Branca do Engenho Velho saiu dessa casa e em 1849 fundou o Ilê Iya Omin Axé Iyamassê (Terreiro do Gantois).
A disputa pelo Engenho Velho

Iyá Nassô uma das fundadoras do Ilè Asé Airá Intilè também chamado de Candomblé da Barroquinha, localizado no bairro da Barroquinha, depois Ilé Iya Nassô Oká, foi sucedida por Iyá Marcelina. Após a morte desta, duas das suas filhas, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iyá Kekeré) tomar a posse de Iyálorixá do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais discidentes e fundaram o (Terreiro do Gantois).



Pulchéria Maria da Conceição

Mãe Pulchéria[1]

Pulchéria Maria da Conceição Nazaré ou Mãe Pulchéria, (1840-1918), foi a segunda Iyálorixá do Terreiro do Gantois.
[editar] Biografia

Sucessora de Maria Júlia da Conceição Nazaré, como não teve filhos, o cargo foi transmitido em 1918 para sua sobrinha, Maria da Glória Nazareth a mãe carnal de Mãe Menininha do Gantois.

Sua mãe, Maria Júlia, moradora da antiga rua da Assembleia, no atual Centro Histórico de Salvador, pertencia ao Candomblé da Barroquinha (depois transferido para o Engenho Velho com o nome de Ilé Iya Nassô Oká) e, tendo sido preterida na sucessão da casa, resolvera fundar sua própria, onde hoje fica a Federação, em terreno alugado por seu pai, Francisco. Era o terreiro do Gantois - nome derivado da família belga de traficantes de escravos que era dona do local[2].

Pulchéria assumiu o Gantois no ano de 1910[3], ampliando os trabalhos iniciados pela mãe. Frequentava o Gantois, neste período, o célebre médico Nina Rodrigues, vindo posteriormente a se tornar ogã[2]. Além dele, Pulchéria conseguiu ampliar os trabalhos e dar grande notoriedade ao Gantois, tendo mais tarde registrado o jornal O Estado da Bahia, depoimento de Severiano Manoel de Abreu (o Jubiabá do romance de Jorge Amado) que "Pulcheria, Nana e Nicácio tiveram as suas roças frequentadas por destacadas figuras sociais da cidade, políticos eminentes, secretários de governos passados, etc., durante os dias de festa, rodeando as camarinhas onde as filhas de “Xangô”, “Oxalá” e “Oxóssi” faziam o seu noviciado com filhas de santo, trajando de branco e de cabeça rapada"[4]

Segundo ainda o mesmo jornal, no Gantois o "terreiro da Pulchéria" continuou, mesmo após sua morte, a ter este nome como reconhecimento junto ao grande público. Assim foi que, a 26 de maio de 1937, publicou O Estado da Bahia, a seguinte nota:

Um novo “terreiro” no Gantois

Será lançada manhã, às cinco horas da tarde, a pedra fundamental do novo “terreiro” do Gantois, ampliando a construção antiga.
Fará essa festa, os “Ogãs” e as pessoas gradas do candomblé estão convidando todos os seus amigos.
Depois dessa cerimônia, começará a festa no velho “terreiro” da Pulcheria, pela noite a dentro. (grifamos)[4]



* Silveira, Renato da, Candomblé da Barroquinha, Editora: Maianga ISBN 8588543419

1. ↑ A imagem de Mãe Pulchéria foi analisada, no que tange às vestimentas, pela tese de doutorado de Gerlaine Torres Martini, "Baianas do Acarajé - A uniformização do típico em uma tradição culinária afro-brasileira" (íntegra, consultado em 15 de janeiro de 2008).
2. ↑ a b Revista Memórias da Bahia, vol. 2. Empresa Baiana de Jornalismo, Salvador, 2002
3. ↑ Artigo no sítio da Fundação Joaquim Nabuco, de autoria de Semira Adler Vainsencher (página consultada em 14 de janeiro de 2008, às 12:36).
4. ↑ a b O Estado da Bahia de 11 de maio de 1936, “No mundo cheio de mistérios dos espíritos e ‘pais de santos’” - in: O Negro em O Estado da Bahia, por Vinicius Clay (página em formato .doc, acessada em 16 de janeiro de 2008, às 12:00)

Mãe Menininha do Gantois

Mãe Menininha.

Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986), conhecida como Mãe Menininha do Gantois em razão do apelido menininha que recebeu na infância por ser quieta e franzina e sua posição no terreiro que assumiu. Era filha de Oxum.
Índice
[esconder]

* 1 Biografia
* 2 Homenagens
* 3 Referências
* 4 Bibliografia
* 5 Ver também

[editar] Biografia

Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois, e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras, foi sucessora de sua mãe Maria da Glória Nazareth e foi sucedida por sua filha Mãe Cleusa Millet.

Ela vinha de uma longa linhagem de Iyalorixás, as chefes dos terreiros de candomblé. O Gantois foi fundado em 1849, por sua bisavó Maria Júlia da Conceição Nazaré.

Na década de 20, foi escolhida para ser a Iyalorixá do terreiro em virtude da morte de sua tia-avó, Mãe Pulchéria, enquanto se preparava para assumir o cargo, sua mãe Maria da Glória Nazareth ficou por um curto período à frente do Gantois.

Aos 29 anos, casou com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de ingleses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem.

Em uma entrevista dada a revista IstoÉ, mãe Carmem, filha de mãe Menininha do Gantois, conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra.[1] Era colecionadora de peças de porcelana, louça e cristais, sobre os quais guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.[1]

Faleceu de causas naturais aos 92 anos de idade.
[editar] Homenagens
Mãe Menininha, aos 8 anos de idade.

Após a sua morte seus filhos como homenagem deixaram seu quarto intacto, com seus objetos de uso pessoal e ritualísticos, que foi transformado no Memorial Mãe Menininha.

O Memorial Mãe Menininha é uma das grandes atrações do Gantois, funciona no quarto da falecida Iyalorixá e guarda seus pertences e ferramentas de sacerdotisa. Está localizado na rua Mãe Menininha do Gantois, no bairro da Federação, em Salvador.
Referências

1. ↑ a b Mãe Menininha do Gantois - O Brasileiro do Século, categoria "Religião" - IstoÉ (visitado em 3-3-2009)

* Relato de Ebomi Cidália, filha de santo de Mãe Menininha

[editar] Bibliografia

* Silveira, Renato da, Candomblé da Barroquinha, Editora: Maianga ISBN 8588543419
* Herskovits, Melville J., The Human Factor in Changing Africa, 1962
* Carneiro, Edison, Candomblés da Bahia, Editora Museu do Estado da Bahia, Salvador, 1948, 1954, Editora Martins Fontes 1961; ISBN 9788578270018
* Verger, Pierre Fatumbi. Dieux D'Afrique. Paul Hartmann, Paris (1ª edição, 1954; 2ª edição, 1995). 400pp, 160 fotos em preto e branco, ISBN 2-909571-13-0.
* Verger, Pierre Fatumbi, Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns. 624pp, fotos em preto e branco. Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura EDUSP 1999 ISB

Mãe Carmem

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Carmem Oliveira da Silva ou Mãe Carmen do Gantois a Iyalorixá do Candomblé, do Terreiro do Gantois, na cidade de Salvador, Bahia, Brasil.

É a filha mais nova de Mãe Menininha do Gantois e a irmã caçula de Mãe Cleusa Millet, foi iniciada no Candomblé para Oxalá quando ainda era criança. Após a morte de Mãe Cleusa Millet assumiu o Terreiro mais famoso do Brasil. E quando Mãe Cleusa faleceu em 15 de outubro de 1997, Mãe Carmem assumiu o posto de Iyalorixá, ela trás o segredo do Axé tendo ao seu lado suas duas filhas: Angela de Oxum e Neli de Oxossi.

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